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segunda-feira, maio 08, 2017

Perto

Ganhámos ontem em Vila do Conde por 1-0 e, com o empate da véspera do CRAC nos Barreiros (1-1), ficámos com cinco pontos de vantagem a duas jornadas do fim do campeonato. Ou seja, estamos a dois pontos de nos sagrarmos pela primeira vez na nossa história tetracampeões nacionais. Para ajudar ainda mais este fim-de-semana a ser memorável, o Belenenses, depois de sete(!) derrotas consecutivas, foi ganhar ao WC (3-1) ao fim de 62 anos!

Já se sabia que este encontro com o Rio Ave iria ser dos mais difíceis da época. Desde a chegada do Luís Castro que os vilacondenses se têm tornado uma das equipas com melhor futebol e, com ele, ainda não tinha perdido em casa. O empate do CRAC no sábado tirava um pouco da pressão que tínhamos, mas à luz das nossas últimas exibições eu não estava nada confiante num triunfo. O Rui Vitória colocou o Rafa e o Jiménez em vez do Salvio e Mitroglou, e desde o início se percebeu que foi uma aposta ganha. Entrámos bastante concentrados, a controlar bem o adversário, mas tivemos um calafrio logo no início com uma má saída do Ederson a um cruzamento que fez com que a bola pingasse na nossa pequena-área com o Pizzi a aliviar. Foi a única vez em que o Rio Ave esteve perto de marcar na 1ª parte, enquanto nós tivemos um par de oportunidades pelo Jonas (num desvio num cruzamento bem defendido pelo Cássio e num remate já dentro da área ao lado da baliza), remates do Pizzi e Cervi sem a força necessária, que tornaram a defesa do guarda-redes bastante fácil, e outro do Nélson Semedo que lhe proporcionou uma boa intervenção.

Na 2ª parte, entrámos ainda melhor e sufocámos o Rio Ave durante um bom bocado. Um remate à meia-volta do Jiménez obrigou o Cássio à melhor defesa do jogo e uma cabeçada do Jonas ia com boa direcção, mas bateu no Tarantini. Por volta da hora de jogo, o Rio Ave respondeu num contra-ataque com o Héldon a remate em arco com bastante perigo, tendo a bola passado muito perto do poste. O jogo começava a ficar um pouco partido e o Rui Vitória resolveu mexer, fazendo entrar o Salvio para o lugar do Rafa. Depois de um remate enrolado Pizzi, conseguimos finalmente o golo num canto… do Rio Ave! Contra-ataque magistral, com o Cervi a abrir para o Jonas e este a desmarcar genialmente o Salvio ainda no nosso meio-campo. O argentino geriu muito bem o timing da jogada, porque era uma situação de dois-para-um e, no momento certo, passou para o Jiménez que ficou cara-a-cara com o guarda-redes e à sua saída colocou a bola rasteira no canto inferior direito da baliza. Foi o delírio! O mais difícil estava feito e havia que defender com unhas e dentes esta vantagem. Desta vez, o Rui Vitória colocou (e bem) o Samaris no lugar do Jonas, mas o meu coração ainda parou aos 87’: bola ao poste do Gonçalo Paciência, que aproveitou um corte do Luisão que bateu nas costas do Lindelof e sobrou para ele, com o Héldon na recarga a atirar por cima…! Tivemos azar com o ressalto de bola que proporcionou esta oportunidade, mas é certamente a isto que se chama “estrelinha de campeão”…!

Em termos individuais, destaque para o Jiménez por ser o responsável pelo segundo ano consecutivo por uma vitória em Vila do Conde, para o Cervi, num jogo de enorme entrega (algumas vezes até demais, já que deve conter melhor os ímpetos especialmente quando tem um amarelo), e para a dupla de meio-campo, Fejsa e Pizzi, o primeiro a ser o tampão habitual e o segundo a organizar novamente bem todo o nosso ataque. O Rafa fez uma partida bastante razoável e o Jonas foi magistral na jogada do golo. A defesa esteve muito concentrada, sempre comandada pelo enorme Luisão. O Salvio participou activamente no golo e só por isso entra nos mais da equipa, mas houve outros lances em que poderia ter sido menos complicativo.

No próximo sábado, receberemos o V. Guimarães e, em caso de triunfo, festejaremos o tetra em nossa casa. Nesta altura, tendo de conseguir dois pontos em dois jogos, parece quase impossível que não o consigamos. Como parecia impossível que não ganhássemos ao Belenenses na estreia do Luisão em 2003/04, quando estava 3-1 aos 90’, ou como parecia impossível que não ganhássemos ao Estoril em casa há quatro anos (o que teria feito com que estivéssemos agora à beira de um penta, nunca é demais referir…). Portanto, muita calma que nenhum jogo está ganho antes de ser jogado e a bazófia e excesso de confiança já nos custaram muito caro no passado.

P.S. – Depois da derrota em Setúbal e empate em Paços de Ferreira, finalmente lá ganhámos um jogo arbitrado pelo Sr. João Pinheiro. Se cada equipa pode reivindicar um penalty (do Rafa na 1ª parte e sobre o Nélson Semedo no início da 2ª), há um lance inacreditável já na 2ª parte em que o Rafa iria ficar quase isolado e que o árbitro beneficia claramente o infractor ao marcar uma falta anterior. Se as jogadas de penalty são ambas um pouco atabalhoadas (e logo motivo de dúvidas), esta decisão é incompreensível.

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