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segunda-feira, abril 09, 2018

Jiménez

Vencemos em Setúbal por 2-1 e vamos defrontar o CRAC para a semana com um ponto de vantagem sobre eles (ganharam ao Aves em Mordor por 2-0). Quanto à lagartada, depois de uma semana absolutamente surreal com o presidente e os jogadores em guerra aberta, ganhou em casa ao Paços de Ferreira por 2-0 e mantém-se seis pontos atrás de nós, tendo ganho dois pontos ao Braga, que empatou em Santa Maria da Feira (2-2).

Já se sabia que o nosso jogo na capital do Sado seria extremamente complicado e mais ficou, ainda antes de começar, com a lesão do Jonas no aquecimento, o que fez com que tivesse que entrar o Jiménez para titular. Como se já não bastasse perder o melhor marcador do campeonato, ficámos em desvantagem logo aos 3’ com um golo do Costinha, depois de um centro largo da esquerda, num lance em que o Bruno Varela talvez pudesse estar melhor colocado para suster o remate cruzado. Tivemos uma boa resposta ao golo sofrido e um remate de primeira do Cervi poderia ter dado a igualdade logo a seguir, mas saiu ao lado. Continuámos a tentar e tivemos duas boas hipóteses: um desvio do Cervi a rasar o poste e uma cabeçada do Jardel bem defendida pelo guarda-redes Cristiano. Era muito importante chegar ao golo antes do intervalo e finalmente conseguimo-lo aos 28’: centro largo do Rafa na direita e o Jiménez ao segundo poste, de pé esquerdo, não falhou. Até ao intervalo, o próprio Jiménez poderia ter rematado de primeira em boa posição, na sequência de um centro do Cervi, mas dominou de peito e perdeu tempo de remate.

Na 2ª parte, estivemos incompreensivelmente bastante piores. Tanto assim foi que pertenceram ao V. Setúbal as melhores oportunidades, nomeadamente uma pelo Edinho que, já depois da marca de penalty e completamente sozinho, conseguiu rematar por cima na sequência de um cruzamento da direita (muito mal o Grimaldo a ir à bola à queima e ser batido), e um remate cruzado ao lado do André Pereira (emprestado pelo CRAC esteve sempre a tentar sacar amarelos aos nossos jogadores). Aos 66’, o Rui Vitória fez entrar o Seferovic para o lugar do Rafa. Não resultou mesmo nada. O suíço parecia fazer figura de corpo presente, completamente fora de forma, e até ter entrado o Salvio para o lugar do Grimaldo aos 77’ continuámos fora do jogo. A sete minutos do fim, uma bicicleta do Jiménez proporcionou uma defesa a dois tempos do Cristiano (se desse um toque para a esquerda, o Zivkovic estava completamente à vontade) e pouco depois foi o Salvio a isolar-se, na sequência de um corte deficiente de um defesa contrário, mas o remate de pé esquerdo saiu por cima. Em cima dos 90’, marcámos pelo Jardel, mas infelizmente estava fora-de-jogo. Até que aos 92’, aconteceu o lance do jogo: o Luís Felipe, entretanto entrado no V. Setúbal, agarra o Salvio na área e este aproveita e cai. O Sr. Luís Godinho foi perentório a assinalar penalty e o VAR (Hugo Miguel) confirmou. Sim, estou de acordo: não é um penalty tão escandaloso quanto o do ano passado sobre o Carrillo, também no final da partida, mas para mim é penalty. Como o Jonas não estava, coube ao homem que nunca falhou um penalty na vida tentar (ainda bem!) e o Jiménez não falhou! Bola rasteira, colocadíssima na malha lateral esquerda da baliza, que tornou infrutífera a estirada do guarda-redes para aquele. Foi o delírio no estádio e não só!

Em termos individuais, o destaque é obviamente para o Jiménez. Dois golos e mais uma vitória muito importante graças a ele (se formos felizes em Maio, este jogo vai juntar-se aos dois de Vila do Conde para mais que justificar o que pagámos por ele). Também gostei bastante do Zivkovic, que só baixou de produção quando o Rui Vitória o desviou para a direita depois da saída do Rafa. Felizmente, quando entrou o Salvio, voltou para o lado esquerdo. O Fejsa, por causa de estar tapado por amarelos, não foi tão pressionante como habitualmente, e os centrais também não (o Rúben levou um e também ficou tapado). Quando saiu o Rafa, não percebi porque não foi o Cervi, mas depois de ter saído o Grimaldo fez-se luz: como o espanhol nunca é de fiar em termos físicos, o argentino é a melhor opção para a lateral esquerda no final das partidas.

Foi uma vitória muito difícil, suada e, não me custa admiti-lo, até lisonjeira. Mas também são destas que se fazem os campeonatos. Como diria o outro, isto não é para a nota artística. Iremos receber o CRAC no próximo domingo num jogo decisivo. Há um mês, ninguém acreditaria que estivéssemos à frente deles nesta altura, mas o que é certo é que isso aconteceu. Cabe-nos tirar partido dessa situação e colocá-los a quatro pontos, o que a quatro jornadas do fim pode ser decisivo. No entanto, não será nada fácil e os números comprovam-no: desde que existe novo estádio, em 13 épocas, só por três vezes(!) é que lhes ganhámos em casa para o campeonato (esta, esta e esta). Espero que a perspectiva de fazer história com um inédito penta inspire os nossos jogadores a aumentar este número para quatro.

P.S. – Uma vitória é fundamental, mas convém ter atenção ao seguinte: temos o Rúben Dias, o Jardel e o Fejsa em risco de exclusão. Seria muito mau irmos ao Estoril sem nenhum deles.

1 comentário:

Anónimo disse...

Foi uma vitoria com a ajuda de mais um arbitro padre no último suspiro.
A propósito, tens que começar a escrever o nome do teu clube como CVPMT - Clube dos Vouchers, Padres, Mails, Toupeiras.