origem

segunda-feira, abril 23, 2018

Salvio salva

Vencemos o Estoril na Amoreira no sábado (2-1), mas como muito dificilmente o CRAC não ganhará hoje em casa ao V. Setúbal, o mais provável é que continuemos a dois pontos deles e com vantagem de três sobre a lagartada, que ganhou em casa ao Boavista por 1-0 com um penalty do Bas Dost. Apesar de estarmos no terreno do penúltimo classificado, o jogo foi bastante difícil e só conseguimos o golo da vitória aos 92’ pelo Salvio.

O Rui Vitória manteve a mesma equipa que perdeu com o CRAC na semana passada, porque o Jonas continua a “recuperar de lesão” (infelizmente, estou cá desconfiado que não vai jogar mais esta época...). E não poderíamos ter entrado melhor, com um golo do Rafa logo aos 10’, num remate rasteiro cruzado depois de uma assistência brilhante do Zivkovic, o melhor em campo. Com o mais difícil a ser feito tão cedo, pensei ingenuamente que iríamos ter uma partida calma como resposta à desilusão da semana passada. Pura ilusão...! Na 1ª parte, ainda controlámos bem e tivemos algumas oportunidades para dilatar a vantagem, mas um remate do Rafa saiu ao lado e duas cabeçadas do Jiménez não tiveram o destino desejado, com o guarda-redes Renan Ribeiro a defender uma delas e na outra, já em cima do intervalo, mesmo com uma saída em falso deste fora da área, o nosso avançado atirou ao lado. 

Na 2ª parte, devem ter-se esquecido de avisar os nossos jogadores (e treinador?) que não estávamos a jogar com o CRAC. É que, à semelhança daquele jogo, também neste não reentrámos em campo... O Estoril veio para cima de nós e inclusive até marcou aos 51’, mas o lance foi bem invalidado pelo VAR, por fora-de-jogo. Isto teve o condão de nos assustar e finalmente reentrámos em campo. O Rafa iniciou então a sua série de desperdício e, completamente isolado, permitiu uma defesa ao Renan meio com a cabeça. Como diz uma das máximas do futebol, não marcámos e sofremos o empate aos 63’ num livre para a área, com o André Almeida completamente a dormir e o Halliche a contorná-lo e a marcar por baixo das pernas do Bruno Varela. Pouco depois, livrámo-nos de boa, com uma bola do Lucas Evangelista, desviada pelo Rúben Dias, a bater no poste. Com o jogo completamente partido, o Rafa roubou a bola a um defesa, voltou a ficar isolado perante o Renan, mas tentou de trivela e a bola foi direitinha às suas mãos. Incrível...! Entretanto, entrou o Salvio, para o lugar do inoperante Cervi, que, a quinze minutos dos 90, centrou para o Jiménez fazer um remate à meia-volta de pé esquerdo, defesa do guarda-redes com o pé e ressalto para o Rafa, que não conseguiu voltar a rematar porque um defesa cortou a bola. Das três oportunidades do Rafa, foi a menos escandalosa. A partir daqui, deixámos inexplicavelmente de jogar. O Seferovic voltou a substituir o Pizzi, que pura e simplesmente não esteve em campo, mas nós perdemos o fio de jogo. Não conseguimos fazer dois passes seguidos, o Zivkovic bem tentava, mas ninguém o seguia, começámos a enviar bolas para a frente à maluca, com enorme vantagem dos centrais contrários e já com o Jardel a fazer companhia aos dois avançados, enfim, um desalento completo. Na única jogada de jeito nos últimos 22’ de jogo (o sr. Hugo Miguel deu, e bem, sete minutos de compensação, porque o Estoril, em especial o guarda-redes, abusou do antijogo), o Grimaldo centrou para a área e o Salvio teve uma brilhante entrada de cabeça, antecipou-se ao defesa e deu-nos a vitória. Foi uma mistura de delírio e alívio na Amoreira! Arrisco-me a dizer que, da maneira como estava o jogo, já ninguém contava com isto.

Em termos individuais, o Zivkovic foi de longe o melhor do Benfica. O Fejsa esteve igualmente em destaque a cortar algumas bolas no meio-campo, mas mesmo disfarçando bem não pode estar em todo o lado. O Rafa é dos poucos a imprimir velocidade no último terço do campo, mas definitivamente tem que treinar (e muito!) lances de um para um com o guarda-redes. É exasperante os golos que falha isolado. Todos os outros estiveram num nível muito mediano, para não dizer pior...

O sonho do penta esteve a poucos minutos de ter terminado, mas lá nos conseguimos manter ligados à máquina. No entanto, a jogar desta maneira não se está bem a ver como vamos ganhar ao WC daqui a duas jornadas. Principalmente se o Jonas não recuperar. Caímos a pique em termos exibicional desde a sua lesão e é algo que temos que rever para o ano. Eu gosto imenso do Jonas, mas não podemos ficar dependentes de um só jogador, especialmente quando o mesmo já tem 34 anos.

1 comentário:

Nau disse...

Também penso que não podemos ficar dependentes do Jonas. Temos de ir ao mercado procurar um ponta de lança adequado ao Benfica.
Uma miséria de jogo, na segunda parte. Como é que é possível a equipa jogar tão desorganizada e ao sabor do jogo de um adversário chamado Estoril? E o pior é que já a vimos jogar assim vezes demais.