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quinta-feira, dezembro 25, 2008

Natal

Desejo a todos os desportistas, em especial aos benfiquistas e aos leitores deste blog um Natal Glorioso. Nesta quadra festiva é natural que façamos votos de paz e justiça, pelo que espero sinceramente que este seja o último Natal que os Xistras, Benquerenças e Henriques desta vida passem... enquanto agentes desportivos.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Roubo de igreja

O Sr. Pedro Henriques SONEGOU-NOS descaradamente dois pontos na recepção ao Nacional (0-0) e não permitiu que aumentássemos a vantagem sobre os rivais que também empataram em casa a zero nesta jornada (lagartos com a Académica e CRAC com o Marítimo). Podemos fazer 300 análises diferentes ao jogo, dizer que o empate é o resultado mais justo, que o Nacional até jogou bastante bem, mas o que é facto é que aos 91’ o Benfica marcou um golo legalíssimo, que lhe daria certamente a vitória, e o Sr. Pedro Henriques viu uma intencionalidade na mão do Miguel Vítor que está no chão e de costas(!) para a jogada. É nestes pequenos pormenores que se vai decidindo um campeonato.

Há que dizer igualmente que não fizemos uma boa partida. Entrámos muito nervosos, com pouca dinâmica ofensiva e uma incapacidade gritante de fazer chegar a bola aos dois avançados (Suazo e Cardozo). Não percebi a titularidade do Yebda, que tinha sido dos piores jogadores contra o Metalist, em detrimento do Binya. Esta opção fez com que o Katsouranis, que é o médio que melhor coloca a bola na frente, jogasse a trinco e, portanto, muito longe da zona onde um bom passe pode fazer a diferença. Apesar da boa vontade e alguma velocidade do Di María, que veio de uma paragem um pouco prolongada, o Reyes fez muita falta, quanto mais não fosse na execução das bolas paradas. O Ruben Amorim também esteve pior que em partidas anteriores e assim era difícil criar ocasiões de perigo. Na 1ª parte tivemos apenas uma cabeçada do Yebda para a primeira de umas quantas boas defesas do Rafael Bracalli.

Na 2ª parte, entrámos ainda pior, com o Nacional a criar uma grande oportunidade de golo, em que só por sorte a bola não entrou. Continuámos estranhamente apáticos, sem capacidade para dominar o jogo durante uns bons 15’ e ainda vimos o Moreira salvar com o pé um remate de um avançado isolado. A partir daí fomos para cima do Nacional e tivemos excelentes ocasiões pelo Ruben Amorim (não se pode falhar isolado um golo daqueles...), Luisão (bom cabeceamento para excelente intervenção do guarda-redes) e Maxi Pereira (outra bola que não se pode falhar). Entretanto, tinha entrado o Nuno Gomes para o lugar do lesionado Di María (tal como na 1ª parte o Miguel Vítor substituiu o Sidnei, igualmente por lesão) e alinhávamos com três pontas-de-lança, com o nº 21 ligeiramente atrás dos outros dois. A 10’ do fim, houve um indiscutível segundo amarelo a um jogador do Nacional e a nossa pressão intensificou-se ainda mais. Mais com o coração do que com a cabeça, é certo, mas daria para ter chegado à vitória se não fosse o Sr. Pedro Henriques.

Individualmente destaco dois jogadores: o Luisão e Katsouranis. Enquanto o brasileiro mostra cada vez mais a sua preponderância na equipa e teve um corte genial na 1ª parte, o grego tem que ocupar no campo a posição correspondente ao seu número (oito). É ele que melhor faz a ligação entre a defesa e o ataque, ainda para mais nesta altura em que o Yebda está completamente fora de forma (acho que tem que voltar a ter a sua crista amarela). O Suazo desiludiu-me, porque dele espera-se sempre mais do que uma assistência e um cabeceamento ao lado. O Cardozo pode não ter um estilo muito gracioso, mas eu acho que tem condições para ser titular do Benfica. Neste jogo, gostei bastante mais dele do que do Suazo. Uma palavra final para o Miguel Vítor: não há dúvida que temos central. Muito concentrado, ainda com algumas arestas para limar, mas a garra e a concentração estão todas lá.

Voltamos a ser o “campeão de Inverno” 15 anos depois, mas este título é apenas oficioso. Temos que melhor a nossa prestação nos jogos futuros e é essencial ganhar as próximas quatro partidas antes de ir a casa do CRAC. No entanto, se voltarmos a ter arbitragens destas vai ser muito complicado. Até agora eu considerava o Sr. Pedro Henriques um árbitro honesto (mesmo apesar de aqui há uns anos, na altura em que o Mourinho treinava o CRAC, ter fechado os olhos a uma defesa com a mão do Vítor Baía fora de área num Gil Vicente-CRAC jogado em Guimarães e já para não falar neste e neste Benfica-lagartos), mas isto passou das marcas. Um árbitro que tem um critério “largo” e deixa jogar como é possível ter visto algo que não aconteceu, isto já para não falar de um agarrão ao Nuno Gomes na área aos 85’...? Será que vale a pena continuar a preocupar-nos a fazer equipas e plantéis quando quem decide os jogos mais equilibrados são sempre os mesmos e sempre para o mesmo lado?! Será que vale a pena continuar num jogo viciado em Portugal, onde o Sr. Duarte Gomes não vê um empurrão do Rolando ao Miguelito e um braço do Bruno Alves que desvia um remate do Manú, ambos dentro da área do CRAC, e o Sr. Pedro Henriques vê uma mão de um jogador do Benfica que está no chão e de costas?! ISTO É TUDO UMA POUCA VERGONHA!!!

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Eficácia

Fomos derrotados em casa (0-1) pelo Metalist e despedimo-nos da pior maneira possível de uma das mais horríveis campanhas europeias da nossa história. Um ponto em 12 possíveis, último lugar num grupo de cinco em que se apuraram três, ainda para mais sendo nós a equipa com melhor ranking e duas derrotas caseiras são factos que, não há que ter medo das palavras, envergonham o historial europeu do nosso clube. Mas... e há sempre um “mas”, se em Maio nos sagrarmos campeões, ninguém mais vai dar importância a isto.

Não há muito a dizer sobre a partida de hoje. O Metalist veio com a 2ª equipa e o Quique aproveitou para rodar os suplentes. Ganhar por 8-0 e esperar um empate entre o Olympiacos e o Hertha de Berlim convenhamos que era mais que um milagre. No entanto, não se pode dizer que as segundas linhas tenham passado no teste. O ritmo que imprimiram foi muito baixo, mas mesmo assim tivemos oportunidades mais que suficientes para ganhar folgadamente o jogo. Uma bola à barra (Urreta) e outra ao poste (Cardozo), três jogadores isolados frente ao guarda-redes (Urreta, Nuno Gomes e Maxi Pereira) a falharem, e a única oportunidade para os ucranianos concretizada aos 84’ transformaram uma possível vitória robusta numa derrota injusta. O discurso do Quique foi muito duro para os jogadores, por causa do que (não) fizeram a seguir a termos sofrido o golo. E, de facto, baixámos os braços e entregámos o jogo, o que não deve NUNCA acontecer no Benfica.

Individualmente é difícil destacar alguém. Estava a gostar muito do Nuno Gomes, mas ele não pode falhar um golo daqueles. O Binya, como habitualmente, não se preocupa com o nome do adversário e joga sempre da mesma maneira. Quanto aos outros, mais ninguém se evidenciou por aí além. O Fellipe Bastos é bom tecnicamente, mas agarra-se demasiado à bola, e ao Urreta ainda lhe falta maturidade, sendo no entanto um lutador nato. Devo dizer igualmente que não gostei nada da exibição do Yebda. Muito pouco dinâmico e a jogar sistematicamente para trás. Também o Cardozo tem que se esforçar um pouco mais (apesar da bola no poste) e ter mais atenção aos foras-de-jogo.

Faço votos para que este resultado não tenha influência no jogo da 2ª feira frente ao Nacional. É IMPERATIVO passarmos o ano no 1º lugar, sob pena de os próprios jogadores começarem a não acreditar neles mesmo. E, como diz o Quique, não podemos perder a “ilusión”.

domingo, dezembro 14, 2008

Injusto e imerecido

Perdemos nos penalties (4-5) depois de um empate a zero e fomos eliminados da Taça de Portugal frente ao Leixões em Matosinhos. Dominámos durante os 120’ e não merecíamos ter ficado pelo caminho. Mas o chavão diz que “o futebol é assim mesmo” e nem sempre a equipa que faz mais por ganhar o consegue.

Alinhámos com os mesmo titulares da Madeira, com excepção do guarda-redes, já que o Quique resolveu dar uma oportunidade ao Moretto. O Leixões mostrou mais uma vez ter uma equipa muito sólida, mas desde bem cedo avisou ao que vinha: levar a partida para os penalties. Só assim se explica o jogo extraordinariamente defensivo que fizeram, muito mais preocupados em não sofrer golos do que em marcá-los. Estranhei esta atitude, primeiro porque jogavam em casa e depois porque são actualmente os segundos classificados, e já ganharam no terreno do CRAC e dos lagartos. No entanto, defrontando agora uma equipa grande, as cautelas foram superiores. E como às vezes o crime compensa, quem nada fez por isso, acabou por passar a eliminatória.

Não tivemos muitas oportunidades de golo, mas tínhamos obrigação de ter concretizado pelo menos uma das que existiram. A do Sidnei na 1ª parte, por exemplo. Não percebo como é que se pode falhar um golo daqueles na pequena-área, atirando contra o guarda-redes. Outro facto que não compreendo é como que se não se aproveita dois livres perigosíssimos à entrada da área, rematando por cima da barra. Aliás, viu-se logo na cara do Reyes, que os marcou a ambos, a pouca concentração que teve no momento do remate. Estivesse o Cardozo em campo e outro galo cantaria... Mas o lance que mais me irritou aconteceu já no prolongamento em que, numa situação de dois para um, o Balboa (que entretanto tinha entrado) não conseguiu fazer o passe para o Suazo, que ficaria isolado.

Individualmente destaco o Binya, importantíssimo no corte de bolas a meio-campo e menos mal na questão do passe, e o Luisão, que esteve excelente na defesa. Abaixo do que vale esteve mais uma vez o Aimar, que me parece não estar fisicamente a 100%. Também o Suazo se mostrou muito discreto, tendo no entanto como atenuante o facto de a bola raramente lhe chegar em condições. Um jogador que eu gostaria de ver mais em campo é o Cardozo, que continua a ser o nosso melhor marcador. Entrou a 10’ do fim do prolongamento e ainda se notou a sua presença em campo. Vendo-se que não era dia do Suazo, não sei até que ponto não faria sentido o paraguaio ter entrado mais cedo...

Faço um apelo para que a equipa do Benfica tome bem consciência do que se passou até agora nesta época: ainda não ganhámos nada, já não estamos na Taça de Portugal e a permanência na Uefa está muito complicada. É fundamental manter a concentração no campeonato e, já agora, não menosprezar a Taça da Liga. O Benfica não pode deixar passar mais uma época sem nenhum troféu conquistado.

P.S. – A arbitragem do Sr. Olegário Benquerença (parece ter um exclusivo sobre os Leixões-Benfica...) não teve grandes problemas técnicos, mas foi uma fantochada a nível disciplinar, à semelhança do jogo da Madeira. Se calhar, está criada uma nova moda: “vamos encher a equipa do Benfica de amarelos”. Alguns foram verdadeiramente ridículos e, obviamente, sem a igualdade de critério quando o lance era de um jogador contrário. A 1ª aula, dada na Madeira, teve a continuação devida.


P.P.S. - Desta vez foi o Katsouranis a experimentar as meiguices dos jogadores do Leixões logo no início do jogo. Não teve que sair lesionado como o Reyes para o campeonanto, mas até final nunca mais foi o mesmo jogador.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Seis

Goleámos o Marítimo na Madeira por 6-0 e estamos provisoriamente no 1º lugar do campeonato (se o Leixões não ganhar em Guimarães, deixará de ser provisório). Confesso que estava mais confiante do que seria de esperar para este jogo por duas razões: primeiro, porque o Luisão, Nuno Gomes e Aimar estavam de regresso aos convocados; segundo, porque este ano temos tido a capacidade de nos superar nos jogos teoricamente mais difíceis (Taça Uefa à parte).

E o que é facto é que o Benfica entrou na partida com uma atitude radicalmente oposta à da 2ª feira passada. Tivemos duas excelentes oportunidades (Suazo e Ruben Amorim) até marcarmos o 1º golo, através de um penalty do Reyes (pontaria a mais, bola no poste, mas por uma vez tivemos sorte no ressalto...) aos 20’, lance do qual resultou a expulsão do Marcos, guarda-redes adversário, que derrubou um isolado Suazo (enorme inteligência do Katsouranis a marcar rapidamente o livre para desmarcar o hondurenho). A jogar contra 10 desde tão cedo era expectável que o Benfica tornasse a partida mais fácil, o que só veio a acontecer na 2ª parte. No período entre o 1º e o 2º golo (canto bem marcado, desvio do Katsouranis ao primeiro poste e cabeçada do Suazo ao segundo) não gostei do nosso jogo. Muito lentos, a deixar correr o marfim, dando a aparência de estarmos satisfeitos com a vantagem mínima e sem procurar a baliza contrária. Não me importo nada que o Benfica faça a “gestão da vantagem”, mas de preferência quando estamos a ganhar por dois golos, sff. Com um golo de diferença, isso irrita-me profundamente, porque estamos sempre sujeitos a sofrer um num lance fortuito e depois queixamo-nos da injustiça.

A 2ª parte foi bastante melhor. A equipa soltou-se e finalmente notou-se a superioridade numérica. Por norma, eu só descanso aos 3-0 e vendo a arbitragem do Sr. Artur Soares Dias (já lá vamos...) mais ansioso fiquei pela marcação do 3º golo. Que surgiu aos 66’ pelo Luisão depois de outro livre bem marcado pelo Reyes. A resistência do Marítimo quebrou-se definitivamente e, até final, ainda deu para o Nuno Gomes (que substituiu o Aimar aos 81’) participar em três golos: desmarcando o Suazo para o 4-0 e marcando ele próprio os dois últimos. Gosto sempre bastante de ver o 21 a marcar, mesmo que seja quando o resultado já está feito. E, não sendo titular indiscutível, já tem mais golos que qualquer jogador do CRAC...

Com uma exibição muito boa em termos colectivos (se exceptuarmos os tais 20’ entre o 1º e 2º golo), é quase injusto individualizar, mas o Suazo e o Katsouranis foram os dois jogadores que mais se destacaram. O hondurenho marcou dois golos (e falhou pelo menos outros dois de baliza aberta...) e o grego participou activamente em três (1º, 2º e 5º). Gostei igualmente do regresso do Moreira à baliza e do facto de ele estar sempre atento às bolas lançadas em profundidade para a área (raramente deixa de sair quando tem de o fazer). O regresso do Luisão trouxe enorme estabilidade à nossa defesa e ele é indiscutivelmente um dos jogadores mais importantes da equipa. O David Luiz teve um excelente pormenor no cruzamento que fez para o 6-0, mas tem que ter cuidado com a forma como entra à bola, especialmente quando já tem um amarelo... O Reyes mantém um nível muito alto de jogo e continua a ser um jogador massacrado pelos adversários. O Ruben Amorim voltou às boas exibições e neste momento é um titular indiscutível do lado direito do meio-campo. Só o Aimar esteve algo longe daquilo que vale, mas tem a desculpa de vir de uma lesão. No entanto, nota-se que a equipa se movimenta melhor com ele em campo.

Para terminar, falemos noutra das figuras da partida: o Sr. Artur Soares Dias. Foi protagonista de uma arbitragem habilidosíssima à la Carlos Xistra. Pode parecer estranho falar dele num resultado do 6-0, mas a forma como conduziu a partida, especialmente na 2ª parte e até ao nosso 3º golo foi tudo menos inocente. Levámos sete(!) amarelos, dos quais só o do Luisão se justificou! Todos os outros seis entram directamente para o anedotário nacional, isto enquanto os jogadores do Marítimo distribuíam pau para toda a obra (o Reyes que o diga), aproveitavam para inadvertidamente pisar sempre um nosso jogador que estava no chão e acabaram o jogo com um(!) amarelo. Foi uma arbitragem escandalosa, que só acalmou com o golo do Luisão, porque com 3-0 convenhamos que era difícil fazer mais. A estratégia era clara: provocar um segundo amarelo a um jogador nosso, para equilibrar as coisas. Se sofrêssemos um golo, ficaríamos à rasca até final. Infelizmente para o Sr. Artur Soares Dias, o Luisão estragou-lhe os planos. Este jogo provou que o Benfica tem que ser mesmo MUITO melhor que o adversário, já que não poucas vezes este alinha com 14.

Para a semana, temos uma partida importantíssima para a Taça de Portugal. Vamos a Matosinhos e, como a continuidade na Uefa se afigura extremamente difícil (ganhar por 8-0 e esperar o empate no outro jogo seria um Natal antecipado), temos que concentrar todo o nosso esforço nas provas nacionais. E eu já tenho saudades de ir ao Jamor. E ainda mais de uma dobradinha...

terça-feira, dezembro 02, 2008

Banco, por favor

Empatámos em casa frente ao V. Setúbal (2-2) e deixámos fugir uma oportunidade sublime para chegar isolados ao primeiro lugar. Estava com bastante medo desta partida, especialmente das possíveis sequelas da derrota na Grécia, e o desenrolar da mesma veio justificar os meus receios. Não tivemos a dinâmica dos últimos jogos para o campeonato, se bem que com um pouco mais de sorte (e outro guarda-redes...) pudéssemos ter ganho.

A equipa entrou em campo órfã dos seus dois líderes (Nuno Gomes e Luisão), ambos lesionados, e isso notou-se principalmente nos últimos minutos, em que era preciso gente com cabeça fria para manter o resultado. Entrámos devagar na partida, mas mesmo assim conseguimos criar oportunidades que infelizmente desperdiçámos, algumas delas de maneira incrível (não é, Suazo?!). O V. Setúbal pouco fez, mas conseguiu colocar-se em vantagem aos 35’ aproveitando uma falha do nº 25, que entrou à queima e não conseguiu ficar com a bola, e um semi-frango do Quim, que sacudiu para o lado um remate relativamente fácil. Até ao intervalo, ainda atirámos uma bola ao poste pelo Ruben Amorim.

Na 2ª parte, entrámos a todo o gás e conseguimos criar várias oportunidades nos primeiros 15 minutos. Concretizámos duas, pelo Katsouranis (48’) e Suazo (59’), este numa óptima assistência do Cardozo, enviámos uma bola ao poste pelo hondurenho e o Cardozo permitiu ao guarda-redes contrário a defesa da noite. Só que depois de nos colocarmos em vantagem, ao invés de procurarmos o golo que nos daria a tranquilidade, estranhamente começámos a recuar no terreno e a sofrer calafrios na defesa. E aí infelizmente entrou em acção o nosso guarda-redes. Se já no 1º golo me pareceu que poderia ter feito mais, o 2º é um frango monumental. Não é admissível sofrer-se um golo de pontapé de bicicleta, em balão, efectuado fora da área! 13 golos sofridos em semana e meia espero que façam ver ao Quique que, até para defesa do próprio jogador, é imperativo que ele vá para o banco nos próximos jogos. Ainda por cima, temos um substituto à altura, pelo que é chegada a hora de o Moreira voltar a ser o titular da nossa baliza.

Em termos individuais, destaco positivamente o Miguel Vítor que fez uma partida muito sóbria, a 2ª parte do Ruben Amorim, Katsouranis e, a espaços, do Reyes, e pouco mais. O Cardozo esforçou-se bastante, fez uma óptima assistência, mas faltou-lhe um golo, ao passo que o Suazo marcou, mas só à sua conta ficaram mais dois ou três por concretizar. O resto da equipa esteve sofrível, sendo que o nº 25 também foi um autêntico passador. Aliás, acho esta história de o Léo continuar no Brasil muito mal contada. Estava mais que na altura de ele voltar a ser o titular.

Na próxima jornada, teremos uma deslocação complicadíssima à Madeira para defrontar o Marítimo. Espero que a regra este ano, de nos superarmos nos jogos teoricamente mais difíceis, volte a ser comprovada. E, já agora, que os lesionados (principalmente Luisão, Nuno Gomes e Aimar) voltem depressa.

P.S. – A arbitragem do Sr. Vasco Santos teve dois erros particularmente graves. O Cardozo sofreu falta no limite da área na 1ª parte (o defesa agarrou-o, não o deixando saltar), mas aqui aplicou-se a 18ª lei do futebol em Portugal: sobre o paraguaio nunca é falta. O Reyes sofreu um pontapé na canela, mas o jogador contrário não viu sequer o amarelo (seria o segundo), quando a falta era para vermelho directo. Curiosamente este mesmo jogador seria expulso já nos descontos. Mas, voltando ao lance do Reyes, a bola sobrou para o nº 25, o árbitro faz a indicação de dar a lei da vantagem, aquele centra para o Suazo que marca, mas o árbitro voltou atrás para assinalar a falta sobre o espanhol. No estádio pareceu-me uma decisão inacreditável (do género “dá-se a lei da vantagem, desde que não seja golo do Benfica”...), mas revendo as imagens do jogo, é verdade que o nº 25, numa inequívoca demonstração da sua inteligência, apesar de estar de frente para os defesas contrários, está efectivamente em fora-de-jogo quando o Reyes toca a bola depois de ser derrubado. Daí que o árbitro (que na transmissão televisiva se percebe que diz aos nossos jogadores que havia fora-de-jogo) tenha decidido marcar a primeira infracção, tendo de facto apitado ainda antes de a bola entrar na baliza. Inacreditável foi a não amostragem do cartão, que daria direito a expulsão, e possivelmente impediria o forcing final dos sadinos.

sexta-feira, novembro 28, 2008

Naufrágio

Nada fazia prever uma derrota copiosa na Grécia frente ao Olympiakos (1-5). Foi um jogo como há muito não via. Cada ataque dos gregos era cada bola dentro da nossa baliza. Sofrer um golo aos 40 segundos(!) e três aos 23’ é quase de equipa de amadores. Ainda por cima, todos os golos foram falhas clamorosas da nossa defesa.

Foi estranho ver a apatia geral que se abateu sobre todos os jogadores. Houve muito poucas alturas do jogo em que a equipa esteve concentrada, o que não é nada normal. A dupla de centrais (David Luiz e Sidnei) foi um desastre completo. Espero que finalmente se tenha percebido a importância da experiência do Luisão na equipa (embora ele só não tivesse jogado hoje por estar lesionado). O nº 25 não teve uma única(!) acção positiva durante toda a partida e o Maxi também não se salvou do naufrágio. O próprio Quim poderia ter feito mais em dois ou três golos, especialmente no último em que cobriu muito mal o ângulo. O único que actuou em plano aceitável foi o Binya e, a espaços, o Reyes. O Ruben Amorim nem parecia o mesmo de Coimbra. O Yebda pura e simplesmente não existiu (tirando o pontapé de bicicleta) e o Suazo e Nuno Gomes andaram perdidos em campo, com o hondurenho mesmo assim a falhar duas oportunidades flagrantes. Os substitutos (Urreta, Balboa e Carlos Martins) tentaram animar um pouco a coisa, mas o resultado já estava feito.

De uma das últimas vezes em que sofremos uma derrota igualmente estrondosa, chegámos ao fim da época com o campeonato e a Taça de Portugal ganhos. Já lá vão 22 anos, mas espero que a equipa se inspire nisso e repita a façanha este ano. Seremos muito provavelmente afastados da Taça Uefa, o que irá constituir uma tremenda desilusão. É bom que os jogadores se capacitem que até agora ainda não ganhámos nada e acabámos de perder um dos grandes objectivos da época. Mas não é caso para deixarem que este péssimo resultado influencie negativamente a carreira do Benfica no campeonato.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Velocidade de cruzeiro

Vencemos em Coimbra (2-0) e mantivemos o 2º lugar a um ponto do Leixões que ganhou igualmente em Vila do Conde. Se calhar, até nem é mau haver esta lebre dos matosinhenses que sempre desvia um pouco as atenções e permite-nos estar mais tranquilos. Foi uma vitória justíssima num jogo teoricamente difícil já que o adversário não perdia em casa há quase um ano, ou seja, desde que lá jogámos pela última vez.

Quando soube a constituição da equipa (várias alterações, com o David Luiz a defesa-esquerdo, o Binya no meio-campo e o Cardozo no ataque, já para não falar dos regressos do Ruben Amorim e do Reyes, e do Katsouranis fora dos 18), enviei um sms ao Pedro F. Ferreira e ao D’Arcy a dizer que, se ganhássemos com estes titulares, seríamos campeões. Não porque eles não sejam merecedores de entrar na equipa inicial, mas devido ao facto de estarmos claramente a poupar alguns elementos para o jogo na Grécia na próxima 5ª feira. Juntamente com o facto de ter havido jogos particulares das selecções a meio da semana, num passado nada distante uma decisão destas da equipa técnica poderia ser entendida pelos jogadores como menosprezo por esta partida. Mas sucedeu precisamente o contrário. Entrámos muito bem no jogo, com transições rápidas para o ataque e, citando o Quique, “boa dinâmica”. Apesar de a Académica ter enviado uma bola ao poste naquela que foi a única oportunidade de golo que teve, fomos nós a colocar-nos na frente aos 31’ num fantástica assistência do Nuno Gomes para um bom remate cruzado do Ruben Amorim, que assim se estreou a marcar com a nossa camisola.

Logo no início da 2ª parte, matámos o jogo. Um slalom do Reyes é travado dentro da área por um defesa contrário (o Sr. Rui Orlando da Sport TV precisa urgentemente de tirar os óculos azuis e brancos e o Vítor Paneira precisa urgentemente de se relacionar com melhores companhias para não ficar contaminado: ambos acharam que não era penalty!). O Cardozo, que foi talvez o pior jogador do Benfica, lá fez o costume e o resultado estava feito. Até final ainda deu para ver o Suazo, que entretanto tinha substituído o paraguaio, enviar uma bola ao poste e falhar um cabeceamento relativamente fácil que nos daria o terceiro golo. A Académica não criou uma única situação de perigo na 2ª parte.

Tenho que declarar aqui uma coisa: o Ruben Amorim é, neste momento, o jogador mais importante na manobra da equipa. Há claramente um Benfica com e um sem o Ruben Amorim. Factos são factos e não é por acaso que os melhores jogos do Benfica esta época foram com ele em campo. Mesmo jogando descaído sobre a direita num lugar que não é seu de origem. Foi dos melhores em campo e ainda por cima marcou um golo. Num plano tão elevado quanto ele esteve o Nuno Gomes que fez a segunda assistência consecutiva para golo. Gosto especialmente desta boa forma do nosso capitão e quero agradecer ao seleccionador nacional o facto de ele pensar que há melhores avançados que o nº 21 em Portugal, e não o ter convocado para a vergonhosa viagem ao Brasil. Muito obrigado! Outro jogador que se destacou foi o Binya, que, para além de ser a carraça habitual, até acertou um ou outro passe mais longo. O Reyes imprimiu sempre grande velocidade ao nosso jogo e foi o jogador mais castigado pelos adversários. Quanto ao David Luiz a lateral-esquerdo, posso dizer que não fiquei grande fã. Está certo que voltou de lesão prolongadíssima e tem que se dar o desconto, mas há situações de jogo em que ele deveria simplificar e tende a fazer o contrário. O que num defesa é particularmente grave. Além disso, viu um cartão amarelo num lance em que escusava de ter entrado daquela maneira sobre o adversário e até final tive sempre medo que fosse para a rua, porque não é jogador de se conter nas bolas divididas.

Não digo frontalmente que vamos ser campeões, porque o “Apito” não morreu e enquanto os que estão envolvidos nele não forem afastados dos seus cargos, tudo é possível. Mas estou muito contente com a época até agora. Especialmente com o pormaior de a equipa se transcender nas partidas mais importantes. O que é outra diferença abissal em relação ao passado recente. Veremos o que nos reserva o jogo na Grécia.


P.S. - Espero que o problema muscular do Luisão não seja nada de grave. Ele é essencial no comando da defesa.

quinta-feira, novembro 20, 2008

"E o burro sou eu?!" - Parte II

Brasil - 6 - Portugal - 2

O resultado diz tudo...

segunda-feira, novembro 17, 2008

Q.B.

Vencemos o E. Amadora (1-0) na mais sofrível exibição na Luz este ano em jogos do campeonato. No entanto, a justiça do resultado é incontestável e o mesmo nunca esteve em causa. Só que, perante uma equipa a passar por graves problemas económicos de salários em atraso (aliás, é inacreditável que uma equipa que já os teve o ano passado veja aceite a sua inscrição na Liga sem que desse garantias de que a situação não se repetisse), esperava-se um pouco mais.

Mesmo assim, assinaria já de cruz se me propusessem jogos iguais a este até final da época. Estivemos longe de ser brilhantes, algo lentos, com falta de ideias e imaginação em boa parte da partida, mas... ganhámos! O que era fundamental dado que o CRAC também venceu e para não deixar fugir o brilhante Leixões que nos fez o favor de ainda continuar em 1º lugar depois desta jornada :-). Aliás, aproveito para agradecer a prenda que os lagartos me deram no fim-de-semana do nascimento do meu filho. Muito obrigado! Pouco há a dizer em relação ao nosso jogo. À semelhança de encontro anterior frente ao Desp. Aves, alinhámos com um losango no meio-campo para compatibilizar o Aimar com dois pontas-de-lança, que hoje foram o Nuno Gomes e o Suazo. Só que a dinâmica que apresentámos na 2ª feira não se repetiu (o adversário também era superior), apesar de termos entrado bem na partida. Com o E. Amadora muito fechado na defesa, nós não imprimíamos velocidade suficiente para entrar nela e não houve grande situação de golo até ao intervalo, com excepção a um remate desastrado do Suazo, que tinha ficado isolado depois de um ressalto.

Na 2ª parte houve a vantagem de termos marcado relativamente cedo (50’), o que nos acalmou e permitiu que controlássemos totalmente a partida. No entanto, fico sempre inquieto com vantagens mínimas, porque estejamos sempre sujeitos a que um lance fortuito (canto, livre, bola bombeada para a área) resulte num empate imerecido. Só que felizmente isso não aconteceu. O golo do Sidnei, depois de um óptimo trabalho no Nuno Gomes na área, foi mesmo suficiente para ganharmos. Em termos individuais, e quanto mais não fosse porque foi decisivo para a vitória, há que destacar este jovem central brasileiro. Que já está com três golos no campeonato! Acho que seria um bom investimento comprarmos a outra metade do seu passe, porque o seu valor não engana ninguém. Também gostei dos dois laterais (Maxi e nº 25), que apoiaram bastante o ataque, o que é essencial neste esquema táctico do losango. Quanto aos foras-de-série, estiveram um pouco desinspirados hoje. O Aimar teve uns quantos lampejos de classe, mas não gostei da atitude dele a partir de meio da 2ª parte. Em vez de partir para cima dos adversários e criar desequilíbrios, assim que recebia a bola, parava e começava a dar indicações aos colegas. Que eu saiba, não estávamos num treino... Em relação ao Suazo, não esteve feliz, apesar de dois lances claramente ilegais na 2ª parte, em que a facilidade com que bateu os adversários em corrida é indicador que foi de patins para dentro do campo...

Para a semana vamos a Coimbra e não espero nada mais que não outra vitória. O que a acontecer, e se o Rio Ave der uma ajudinha, nos levará ao desejado 1º lugar. Ou seja, a nossa posição natural.
P.S. – Durante esta semana houve os sorteios da Taça da Liga e da de Portugal. Quanto à primeira, ficámos com o grupo teoricamente mais complicado, mas teremos a vantagem de jogar duas partidas em casa. Se as ganharmos (Olhanense e Belenenses) e empatarmos em Guimarães, teremos grandes hipóteses de ficar em 1º lugar. E, claro está, que não admito outra coisa que não a qualificação para as meias-finais. Quanto à Taça de Portugal, teremos um jogo complicadíssimo frente ao Leixões em Matosinhos. Se voltarmos lá com a mesma atitude da partida para o campeonato, bem podemos dizer adeus à Taça...

sexta-feira, novembro 14, 2008

188 mil e qualquer coisa

O ano de 2008 vai ficar para sempre marcado na minha vida. Em apenas três meses, tive o maior desgosto e a maior alegria da minha existência. O nascimento de um filho primogénito é sempre um momento inolvidável e, como me disse o meu amigo Leão Eça Cana, assemelha-se a um golo do Benfica multiplicado por quinquelhões de vezes. Como bom pai que quero ser, é fundamental começar a educação o mais cedo possível. Neste sentido, tenho o prazer de comunicar que o meu filho esteve 300 minutos em pecado, mas foi baptizado ainda no próprio dia.



Em memória do meu avô que ainda a iniciou e em honra do meu filho que vê-la-á daqui em diante, peço encarecidamente aos jogadores do Benfica que tomem isto em consideração e ganhem o campeonato. É que esta é a primeira e única oportunidade que eles terão de ser campeões na mesma época...

terça-feira, novembro 11, 2008

Há quanto tempo...

Três golos nos primeiros 30’ deram-nos a vitória frente ao Desp. Aves e a consequente passagem aos 1/8 avos da Taça de Portugal. O jogo frente ao Penafiel serviu-nos de lição e encarámos este com outro espírito. Há que referir igualmente que o Desp. Aves não tinha a poção mágica do Penafiel, que lhe permitiu correr durante 120’. A nossa vitória é incontestável e fizemos uma exibição satisfatória. Que saudades de um jogo calmo e com a vitória definida ao intervalo!

Para esta partida, o Quique colocou grande parte dos titulares de início, mas modificou o esquema táctico e jogámos em losango, com o Aimar atrás do Cardozo e Suazo. Claro está que um golo aos 2’ é o melhor que pode acontecer a uma equipa que quer um jogo calmo. O Yebda estreou-se a marcar com um excelente golpe de cabeça depois de um canto do Carlos Martins. Conseguimos algumas interessantes jogadas de ataque, em que o Aimar demonstrou toda a sua valia técnica, mesmo não acelerando muito. Foi sem surpresa que aumentámos a vantagem aos 19’ num golo do Luisão com o ombro depois de um livre também do Carlos Martins. Por fim, aos 30’ um toque mágico de calcanhar do Aimar isolou o Maxi Pereira que fez o 3-0. Pensei que poderíamos conseguir uma goleada das antigas, até porque o Suazo e o Cardozo estavam em branco, mas isso não se veio a verificar. Na 2ª parte controlámos o jogo, mas nunca perdemos de vista a baliza contrária. Não conseguimos marcar mais nenhum golo muito por culpa da desinspiração finalizadora do paraguaio (também tem direito a ter um dia de aselhice) e do Aimar. O jogo ainda deu para que o David Luiz regressasse depois de nove meses de ausência. Mas por enquanto continuo a pensar que o lugar é do Sidnei.

Em termos individuais tem que se destacar o Aimar. Começamos a ter um lampejo do seu perfume futebolístico. A bola fica de facto mais redonda quando passa por ele. O Carlos Martins também esteve muito interventivo e a combinar bem com o argentino. Todos os outros estiveram regulares e não foi preciso grandes correrias. Resta-nos aguardar pelo sorteio de 6ª feira para ver com quem vamos jogar a seguir, mas outra equipa de escalões secundários não era mal pensada...

domingo, novembro 09, 2008

Ganhámos a Champions!

É como eu me sinto desde 6ª feira passada! Como se fosse jogador e tivesse ganho o mais importante troféu europeu, com um golo do meu grande amigo Gwaihir. Por me faltarem as palavras, remeto-vos para aqui.

O Benfica é uma religião! Viva o Benfica!

sexta-feira, novembro 07, 2008

Desastrado

Perdemos em casa frente ao Galatasaray (0-2) e não estamos numa posição nada confortável para nos apurarmos para os 16-avos de-final da Taça Uefa. Depois da exibição de Guimarães não era nada crível que fizéssemos um jogo tão pouco conseguido como este. Tal como disse o Quique no final, nada nos saiu bem e a derrota acaba por ser justa. Confesso que estava à espera de uma vitória, principalmente porque o adversário tinha oito jogadores impedidos de alinhar, mas dias maus todas as equipas têm direito a tê-los. E, além disso, esta equipa parece ter mais dificuldades em partidas em que é claramente favorita. Agora temos que impreterivelmente conseguir pontuar na Grécia frente ao Olympiakos, caso contrário poderemos ser eliminados o que seria catastrófico.

O Galatasaray jogou muitíssimo bem e manietou-nos completamente. Foram raras as vezes em que nos conseguimos libertar da pressão e construir jogadas perigosas, sendo nesse aspecto a 1ª parte melhor que a 2ª. Por outro lado, ter terminado o jogo com uma posse de bola de 39% para nós contra 61% deles diz muita coisa sobre a nossa exibição. As coisas começaram mal ainda antes da partida se ter iniciado, porque não percebi a equipa inicial. Nomeadamente a exclusão do Ruben Amorim da equipa titular e dos 18. Não querendo fazer dele o salvador da pátria, longe disso, começo a achar que não é coincidência o facto de os nossos jogos mais bem conseguidos (lagartos, Nápoles e Guimarães) terem sido com ele a titular no lado direito. Principalmente porque com ele em campo temos três jogadores no meio-campo que defendem e recuperam bolas, o que não acontece quando alinhamos com dois alas puros como o Di María e o Reyes. Aliás, um facto curioso é o Di María ter sido titular em todos os quatro jogos da Taça Uefa e apenas num nas sete jornadas do campeonato. Porque será?

Numa exibição fraca não é fácil eleger o menos mau, mas mesmo assim gostei razoavelmente dos centrais e do Maxi Pereira. O Yebda esteve irreconhecível, tal como o Di María. Até o Quim teve hesitações que já não lhe víamos há algum tempo. As substituições também não resultaram, porque quanto a mim deveria ter saído o Di María em vez do Reyes (a não ser que tenha sido por causa da lesão da 1ª parte) e não ficámos a ganhar com o Cardozo em vez do Nuno Gomes. O Carlos Martins também é outro que parece perder o gás, se bem que tenha entrado numa fase já de algum desnorte.

Uma última palavra para dizer o seguinte: quem acha que as nossas claques não fazem nenhuma falta no estádio teve a resposta hoje. O seu comportamento deixa algo a desejar nalgumas situações (mas mesmo assim nada que se compare à animalidade de outros), mas o melhor período do jogo foram os últimos cinco minutos. Quando começou uma grande debandada do estádio, porque o resultado já estava feito e é muito mais importante ir a correr apanhar o metro das 21h20, porque se se o perde é toda uma tragédia, os No Name Boys começaram a puxar pela equipa no que foram, e bem, seguidos pelo público restante de tal forma que, quem entrasse no estádio só naquela altura e não soubesse o resultado, diria que estávamos a ganhar. As palmas foram contínuas até terminar a partida, de tal forma que os jogadores no final vieram agradecer o apoio, algo que muito raramente acontece depois de uma derrota. Vale o estado de graça, mas foi bom ver que o público compreendeu que um dia mau pode acontecer. E a equipa está com crédito para ultrapassar estas situações.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Masoquismo

Ganhámos em Guimarães (2-1) num jogo que deveria ter sido muito mais tranquilo do que o que foi. Como o CRAC perdeu com a Naval aumentámos a diferença para eles para 4 pontos, o que à 7ª jornada não está nada mal. Estamos em 2º lugar a um ponto do líder Leixões e espero que na próxima jornada, ganhando nós ao E. Amadora, continuemos a um ponto do líder Leixões... :-)

O Quique surpreendeu ao colocar o Aimar, que vinha de um mês sem jogar, de início e deixar o Nuno Gomes no banco. Confesso que no início me desgostou e surpreendeu esta decisão, porque acho que o nosso capitão não merecia, na forma em que está, ser relegado para suplente e porque tinha receio que o Aimar não estivesse no seu melhor em termos físicos. Continuo a achar que não foi justo para o Nuno Gomes, mas ao invés nem deu para notar que o Aimar esteve parado. Começámos o jogo de maneira excelente. Futebol (muito bem) ligado, boas movimentações e, na sequência de um passe magistral do argentino (de letra), o Suazo arrancou para a baliza contrária em contra-ataque, desembaraçou-se de dois defesas e fez um dos melhores golos do campeonato até agora. Isto foi aos 15’ e logo 3’ depois, na sequência de uma falta sobre o Aimar, o Reyes marcou um belo livre que encontrou a cabeça do Sidnei e daí só parou na baliza adversária. Estávamos a ganhar por 2-0 ainda antes dos 20’. Para uma partida que se antevia muito complicada não poderia ser melhor começo. O V. Guimarães continuou a quase não criar perigo e nós controlávamos completamente o jogo. Só que, caindo um pouco do céu, o adversário conseguiu reduzir o marcador aos 41’, num lance em que o Luisão tem culpas porque faz o carrinho e não corta a bola, e o Quim não cobre bem o ângulo mais próximo, embora o Douglas estivesse isolado. Como se não bastasse isto, e achando certamente que a partida precisava ainda de mais emoção na 2ª parte, o Reyes lembrou-se de levar dois amarelos em 5’ e fazer-se expulsar antes do intervalo. Ou seja, tínhamos o jogo mais que controlado e, nos últimos 5’ da 1ª parte, resolvemos ajudar o V. Guimarães a pensar em ganhar pontos.

Dado o historial recente de enormes dificuldades em segurar vantagens, estava bastante apreensivo para o 2º tempo. Só que numa ruptura completa com os jogos anteriores, fizemos uns últimos 45’ excelentes sob o ponto de vista defensivo. A equipa esteve bastante coesa, dando naturalmente a iniciativa aos vimaranenses, mas não permitindo a criação de oportunidades de golos. Também não deixámos de ter em vista a baliza contrária, enviando a bola para o Suazo e esperando que o tanque hondurenho criasse perigo, o que aconteceu por mais de uma vez. É um lugar comum dizer que são nestes jogos que se ganham campeonatos, mas por alguma razão assim é. Gostei bastante da capacidade de sofrimento da equipa, apesar de ela se ter posto nesta situação por culpa própria. Parece que, ao contrário de anos anteriores, esta época não só não falhamos em jogos importantes, como ainda nos superamos e aumentamos o nosso nível exibicional. O que é deveras reconfortante para mim. Só falta manter esta consistência nas partidas com os adversário teoricamente mais acessíveis para termos a equipa em cruise control em direcção a grandes conquistas.

Numa exibição bem conseguida colectivamente, é quase injusto fazer destaques individuais, mas mesmo assim vale a pena referir o Suazo e o Aimar. Combinaram muitíssimo bem e augura-se um grande futuro a esta dupla, se bem que nos jogos em casa, e contra equipas mais fracas, eu colocasse o quarteto Aimar – Reyes - Nuno Gomes - Suazo. Também gostei do Ruben Amorim (quando entrou o Carlos Martins, percebeu-se a opção inicial do Quique pelo ex-belenense) e da dupla Katsouranis – Yebda. O Luisão teve a falha do golo, mas foi importante a comandar a defesa, em que o Sidnei se afirma cada vez mais e até o nº 25 não esteve nada mal.

Acabo a falar da arbitragem do Sr. Carlos Xistra. Aqui mostrei as minhas preocupações, mas devo dizer que, comparando com o que eu já vi este senhor fazer, acabou por realizar uma arbitragem normal para o seu (péssimo) nível. Foi com espanto que eu ouvi no final nas rádios críticas tão incisivas à sua actuação, porque nos dois lances mais importantes acho que decidiu bem. O Aimar já vai em queda quando é tocado (embora eu aposte o meu braço direito em que se fosse na grande-área contrária, era marcado penalty) e o Reyes mereceu os dois amarelos. Mas depois, pensando bem, há um fora-de-jogo mal assinalado ao Suazo em que ele ficava isolado, o hondurenho é barbaramente agredido com um pontapé na cara e nem falta foi(!) e houve uma série de faltinhas inexistentes para permitir ao V. Guimarães bombear bolas para a área. Só faltou, de facto, marcar penalty ao Maxi e premiar o teatro do adversário. Como isso não aconteceu, eu já me dou por satisfeito com a arbitragem. Isto é o melhor que este senhor tem para oferecer.
Quando é que ele atinge, mesmo, a idade da reforma?

segunda-feira, outubro 27, 2008

Por pouco

Sofremos bastante para vencer a Naval (2-1), mas pela primeira vez desde que fomos campeões olhamos para baixo na classificação e vemos o CRAC* e os lagartos. No entanto, e mais uma vez, não podemos estar satisfeitos com a exibição que fizemos, mas ao invés das outras o resultado acabou por nos ser favorável.

Em dia de aniversário da Nova Luz e com 45.714 espectadores no estádio, não entrámos nada bem na partida. O que eu acho incompreensível. O Leixões tinha-nos dado uma grande alegria na véspera ao vencer em casa do CRAC* e o mínimo que se esperava é que nós entrássemos a matar, mostrando a vontade de os ver pelas costas. Mas isso não aconteceu e foi mesmo a Naval a ter a grande situação da 1ª parte, com um avançado a falhar escandalosamente só com o Quim pela frente. Confesso que não concordei com a equipa inicial apresentada, porque o Katsouranis ficou no banco (está bem que ele não fez um grande jogo em Berlim, mas depois quando entrou na 2ª parte viu-se bem a diferença de ter um jogador que usa processos simples no meio-campo) e o Di María também. Quer dizer, não percebo porque é que em Berlim jogamos com dois extremos puros e muito atacantes, e contra a Naval em casa alinhamos com o Ruben Amorim (que até nem jogou mal) a extremo-direito. Faltou sempre velocidade no desenvolvimento do nosso jogo atacante, mas mesmo assim tivemos algumas oportunidades e um penalty ESCANDALOSO escamoteado por esse indivíduo que é irmão do Paulo Costa e cujo nome eu me recuso a dizer, para não o conspurcar.

Na 2ª parte entrámos bastante melhor, mais velozes e pressionantes, mas a bola estava difícil de entrar. O Nuno Gomes teve uma boa oportunidade logo aos 51' a centro do Maxi Pereira, todavia rematou por cima. Tivemos que esperar até aos 71’ para finalmente marcar. Um livre do nº 6 e um golo de cabeça do nº 4. Uma jogada já muito vista naquela mesma baliza (lagartos 04/05 e Liverpool 05/06), só que este ano o nº 6 já não é o Petit mas o Reyes. O mais difícil estava feito, porém mais uma vez não soubemos controlar e manter a bola, o que já é um problema patológico da equipa. A Naval começou a criar perigo, manobrava à vontade no nosso meio-campo, onde algumas unidades tinham dado o berro (Carlos Martins, por exemplo, que deveria ter saído em vez do Ruben Amorim para entrar o Di María), e acabou por não ser surpresa o golo do empate aos 82’. Lance pelo nosso lado esquerdo, o Carlos Martins não compensa o facto de o nº 25 estar a defender mais à frente, o centro é feito à vontade, o Luisão e o Maxi Pereira estão a dormir e o ponta-de-lança adversário marca com o joelho! Eu nem queria acreditar que iríamos deixar fugir a oportunidade soberana de ultrapassar o CRAC*. Felizmente o Cardozo (que tinha entrado para o lugar do Suazo) também não. Grande centro do nº 25 na esquerda, o Nuno Gomes fez que ia ao lance mas apercebe-se da presença do paraguaio melhor colocado e deixa-lhe a bola, e o Cardozo fuzila de cabeça. Voltávamos à vantagem a quatro minutos do fim. E, desta vez, conseguimos mantê-la, o que é de saudar pela raridade.

Individualmente, o Reyes foi o nosso melhor jogador. Foi o único que acelerou o jogo e criou desequilíbrios. Além disso, fez a assistência para o golo do Luisão. Voltei a gostar imenso do Nuno Gomes, que está com uma confiança tremenda. Quase tudo lhe sai bem (teve um lance em que a bola é lançada para sua frente e ele consegue dominá-la no ar, e deve ter sido a 1ª vez na carreira que o conseguiu) e só foi pena não ter marcado aquele golo. O Katsouranis equilibrou a equipa com a sua entrada e o Cardozo, no seu jeito desengonçado, já está no topo dos melhores marcadores. O Quique tem um (bom) problema entre mãos, porque entre o Suazo e o Cardozo só um é que deverá jogar, já que o Nuno Gomes neste momento é titular indiscutível. O Luisão teria feito igualmente uma óptima partida, se não fosse o pequeno pormenor do golo sofrido. Por seu turno, o Maxi Pereira e o Carlos Martins estiveram desastrados, e ao Yebda também já lhe vi fazer melhores jogos. Todos os outros estiveram medianos.

Para a semana vamos a Guimarães e é fundamental manter a senda vitoriosa, para que esta ultrapassagem ao CRAC* e lagartos (que empatou em Paços de Ferreira) não seja só temporária. Mas para isso teremos que jogar bastante melhor do que hoje.

* Lamento ter faltado ao rigor para com o clube regional ao apelidá-lo de corrupto aqui há uns tempos. A bem da exactidão e para me poupar tempo na escrita, doravante a referida agremiação será denominada aqui neste blog de CRAC: Clube Regional ASSUMIDAMENTE Corrupto. É mais correcto (não recorreram da perda de pontos, pois não?) e mais curto. Assinado: a Gerência.

sexta-feira, outubro 24, 2008

Substituições infelizes

Soube a pouco o empate (1-1) conseguido em Berlim frente ao Hertha na 1ª jornada da fase de grupos da Taça Uefa. Soube a pouco porque mesmo fazendo uma exibição não muito conseguida, poderíamos ter ganho se tivéssemo sabido defender uma vantagem no marcador. E, se um empate fora é bom resultado, não esqueçamos que o Hertha estava no Pote 4 e, portanto, é dos que teoricamente não se apurará para os oitavos-de-final.

A partida começou mal mesmo antes do apito inicial. Uma inoportuna lesão de última hora do Yebda fez com que tivesse que jogar o Binya, que, apesar da sua generosidade a correr atrás dos adversários, está muito longe do aceitável na altura de passar a bola. Mesmo assim entrámos bem e poderíamos ter marcado logo aos 4’ pelo Nuno Gomes depois de uma boa arrancada do Di María. Estranhamente depois disso nunca mais conseguimos chegar com perigo à grande-área adversária durante a 1ª parte. O Hertha também só teve uma grande oportunidade pelo Voronin perto do intervalo, mas a verdade é que lhes concedíamos muito espaço à entrada da área para manobrar e rematar à vontade.

A 2ª parte trouxe o Suazo em vez do Cardozo, que estava bastante lento e era de fácil marcação para os defesas contrários. Entrámos ainda melhor do que no 1º tempo, já que logo aos 51’ num excelente contra-ataque do Suazo, o Nuno Gomes tem uma abertura genial que isola o Di María e este consegue, com alguma sorte já que a bola ainda bate no defesa, abrir o marcador. Parece que o argentino só marca golos pelo Benfica na Alemanha. O Hertha sentiu o golo e deu a sensação que, se fôssemos um pouco mais acutilantes, poderíamos ter morto o jogo logo ali. Só que inexplicavelmente o Quique Flores decidiu-se pela substituição do Katsouranis pelo Carlos Martins aos 66’. Se estivéssemos empatados eu ainda perceberia a troca, até porque o grego não estava a fazer uma exibição por aí além, mas estando a ganhar 1-0, deixar o Binya sozinho nas tarefas de marcação pareceu-me uma péssima ideia. Até porque o Di María já dava igualmente sinais de desgaste (jogou 120' há quatro dias) e era uma boa opção para sair. Pouco tempo depois, outra troca que não entendi (a não ser por motivos de ordem física de que não me apercebi): saiu o Reyes e entrou o Urreta. Quer dizer, numa altura em que deveríamos manter a posse da bola, com jogadores experientes, ficámos em campo com dois pontas-de-lança, dois extremos teenagers e muito ofensivos, e um médio-ofensivo no meio-campo. Ou seja, ninguém para segurar a bola e pouca gente para defender. O resultado foi o esperado: o Hertha começou a pressionar-nos, nós voltámos a não conseguir ter um futebol ligado e o empate acabou por surgir aos 74’ pelo Pantelic. Até final ainda apanhámos outro susto pelo Voronin, mas o resultado felizmente manteve-se.

Em termos individuais, tenho que destacar o Nuno Gomes. Grande jogo de um grande capitão. Muita generosidade a defender, uma assistência para golo e um remate perigoso fazem dele neste momento titular indiscutível do Benfica. O Quique depois que escolha entre o Suazo e o Cardozo. Também gostei muito do Luisão, praticamente intransponível. Em plano aceitável estiveram os extremos (Reyes e Di María), se bem que eu esperasse mais deles em termos de saídas para o contra-ataque, mas porventura tiveram outras ordens do banco. O resto da equipa não se portou mal, inclusive o Quim que acabou por salvar um golo contrário.

Ainda não foi ao 17º jogo que vencemos em solo germânico em jogos oficiais, mas poucas vezes teremos tido uma oportunidade tão boa. No entanto, ganhando as duas partidas em casa seremos apurados, mas acho que temos obrigação de ficar em 1º lugar. Afinal, não só viemos do pote 1, como também assim não apanharíamos as sobras da Liga dos Campeões. Veremos o que nos reserva a partida frente ao Galatasaray daqui a duas semanas.

segunda-feira, outubro 20, 2008

Passámos

O único aspecto positivo no jogo de hoje foi seguirmos para a próxima eliminatória da Taça de Portugal. Eliminámos o Penafiel nos penalties (5-3) depois de 120’ de futebol nulo com o respectivo reflexo no resultado.

A exibição foi vergonhosa e é com pena que eu assisto a este tipo de jogos todos os anos. Mudam os treinadores, mas as equipas B do Benfica são sempre iguais, ou seja, péssimas! O que mais me aflige é a falta de vontade de alguns jogadores que deveriam aproveitar estes jogos para se mostrarem. Mas não, preferem dar razão ao treinador que os deixa no banco ou na bancada. De positivo destaco o Moreira, não só pelo penalty defendido, mas porque nos safou de um escândalo ainda maior durante o jogo, e o Binya, que, apesar de algumas intervenções menos acertadas, encara os jogos sempre da mesma maneira, seja o Penafiel ou o Milão. O Makukula, dentro das suas limitações, esteve esforçado e teve várias oportunidades, mas quando acertou na baliza foi para atirar ao poste. No entanto, não esteve a fazer um frete dentro de campo. Todos os outros estiveram abaixo das suas capacidades, com especial destaque para o Balboa, que segue na senda da maldição do extremo-direito: em 10 anos tivemos dois de jeito, Poborsky e Geovanni (que nem sequer era extremo de raiz). O Di María também é outro que não gosta de se chatear muito em jogos destes, embora tenha a desculpa da viagem transatlântica
. Mesmo assim pertenceram-lhe os nossos cruzamentos mais perigosos. O Urreta começou muito bem, mas depois caiu a pique, tal como o Ruben Amorim. As entradas do Reyes e Suazo melhoraram um pouco a equipa, especialmente a do espanhol. Claro que tivemos as habituais bolas nos postes (foram logo duas), mas nunca tivemos arte para conseguir grande caudal ofensivo.

Estou convencido que na próxima 5ª feira as coisas vão melhorar em Berlim, porque aí iremos actuar com os titulares. Porém, tal como disse o Quique, espero que a equipa estabilize de vez em termos exibicionais e que por cada lagartos e Nápoles não tenhamos logo a seguir um Leixões e um Penafiel.

P.S. – A nossa exibição foi paupérrima, mas acho sinceramente que devemos contratar IMEDIATAMENTE o preparador-físico do Penafiel. Em 25 anos de futebol, NUNCA tinha visto uma equipa a fazer pressão ao guarda-redes e defesas do Benfica durante 120’ consecutivamente. Raramente conseguimos sair com a bola controlada desde a nossa área, porque os tipos correram que se fartaram. Absolutamente extraordinário, ainda por cima sendo eles da II Divisão. Devem ter descoberto uma porção mágica lá para aqueles lados. A mesma que o Marselha descobriu ao intervalo do jogo da 1ª mão das meias-finais da Taça dos Campeões em 89/90...

sábado, outubro 18, 2008

Rescaldo do VII Jantar de Bloguiquistas

Foi mais um déjà vu. Das 20h às 4h discutiu-se o Benfica de outros tempos, o Benfica actual e o Benfica do futuro. As horas passaram a correr, como habitualmente, e desta vez houve a possibilidade de termos a companhia visual do Benfica de 82/83 no data show do restaurante. Ou seja, o Néné, o Chalana, o Humberto, o Bento, o Stromberg, o Carlos Manuel, o Diamantino, o Filipovic, o Alves, o Veloso e o “Sr.” Shéu marcaram vários golos e fizeram várias defesas durante o jantar. Claro que, por cada lance destes que se lamentou, havia sempre um destes para nos orgulhar. A mística sai cada vez mais reforçada destes encontros. A sobremesa e o café trouxeram duas personalidades que nos honraram com a sua presença: os Srs. Directores da Benfica TV e do Jornal O Benfica, Ricardo Palacin e José Nuno Martins, respectivamente. Ficou prometida uma nova reunião lá mais para a Primavera para a comemoração das conquistas desejadas para este ano ou, mais importante ainda, para mais uma celebração do benfiquismo que nos abençoa e orgulha a todos.

Os convivas que marcaram presença foram os seguintes:
Pedro F. Ferreira, D’Arcy, TMA, Superman Torras, Artur Hermenegildo e Luísa, Gwaihir, Glorioso Adepto, Bakero, Pedrov, Pedro, Pelicano, Cantona, Ricardo, Dezazucr e S.L.B.

Nota: publicado em simultâneo com o Tertúlia Benfiquista.

quinta-feira, outubro 16, 2008

“E o burro sou eu?!”

Portugal – 0 – Albânia – 0

Com o empate do passado sábado na Suécia, fizemos uns extraordinários dois pontos em seis possíveis e temos cinco pontos em quatro jogos. Brilhante! O outro é que tinha a fama de perissodáctilo e não tinha feito nada de especial: um 2º lugar num Europeu em casa e um 4º lugar num Mundial qualquer um conseguia. Pois, pois, “conta-me histórias daquilo que eu não vi”...

Ao invés, o que faz um professor quando está empatado em casa com uma Albânia e aos 40’ vê um adversário ser expulso?

- Tira um defesa ou médio e mete um 2º ponta-de-lança (Nuno Gomes) logo ao intervalo? Não!
- Quando finalmente faz substituições aos 55’ mete o ponta-de-lança em vez de dois extremos (Quaresma e Nani) brinca-na-areia? Não!
- Mantém o C. Ronaldo a extremo onde rende muito mais do que encafuado no meio dos defesas-centrais? Não!
- Mete o ponta-de-lança a 15’ do fim? Sim!
- Logo de início mete três médios-centro iguais (Raul Meireles, Manuel Fernandes e João Moutinho) e deixa o que era mais capaz de fazer de Deco (Carlos Martins) no banco? Sim!

Foi impressão minha ou só começámos a jogar alguma coisa e a pressionar a Albânia na defesa a partir dos 75’? Ele há lá com cada coincidência...

Enfim, doze anos depois vamos voltar a ter a experiência de ver uma grande competição internacional de selecções pela televisão. E pensar que este tipo esteve quase para vir treinar o Glorioso...! Cruzes, canhoto!

terça-feira, outubro 14, 2008

Relembrar XXII – O pequeno genial

Este é um “relembrar” há muito tempo pedido por alguns dos leitores do blog (nomeadamente o Bogalho) e diversas vezes adiado (mea culpa, mea culpa...). Mas finalmente cá está ele! Como ontem estive com a mão na massa, desta vez é que foi. O Chalana foi um dos jogadores mais entusiasmantes que me lembro de ver jogar. Ainda era relativamente pequeno aquando da sua primeira (e mais bem sucedida) passagem pelo Glorioso, mas recordo-me razoavelmente bem das épocas 82/83 e 83/84. Fomos bicampeões nacionais com o Eriksson e praticámos indiscutivelmente o melhor futebol dos últimos 25 anos. E se o Bento defendia o templo como ninguém, o Humberto comandava a defesa (bem secundado pelo António Bastos Lopes), o Shéu jogava de pantufas no meio-campo e o Néné se fartava de meter golos, quem fintava metade dos adversários era o pequeno genial. Aqui fica uma pequena amostra do que ele era capaz. Três golões, uma assistência e um penalty conquistado depois de um slalom. Chamo a atenção logo para o primeiro lance e para a maneira como ele, com uma simples simulação e quase sem sair do mesmo sítio, tira o adversário do caminho. Só para contextualizar, ficam igualmente os resultados dos jogos: Benfica – 8 – Alcobaça – 1; Braga – 0 – Benfica – 2; Benfica – 4 – Amora – 2 (todos da época 82/83) e Benfica – 2 – Varzim – 0 (83/84). Desfrutem!


P.S. – Podem ver outro slalom famoso aqui.

quarta-feira, outubro 08, 2008

VII Jantar de Bloguiquistas

Depois do interregno da Primavera passada, a “comissão organizadora” (Pedro F. Ferreira, D’Arcy e eu próprio) achou que estava mais que na altura de a blogosfera benfiquista se voltar a reunir para mais um jantar. Afinal já passou quase um ano desde o último e era suposto os repastos serem semestrais. Por isso, decidimos marcar o encontro para sexta-feira, dia 17 de Outubro, às 20h, no sítio do costume, ou seja, o restaurante com a melhor vista de Lisboa: Catedral da Cerveja. Nesse fim-de-semana jogaremos em casa para a Taça de Portugal frente ao Penafiel, mas sendo o jantar numa 6ª feira não haverá conflito de datas. Nunca é demais relembrar que, seguindo a tradição que não foi imposta, mas se impõe por si (cf. aqui e aqui), é melhor avisar em casa que não têm horas de voltar...

Agradecemos que enviem os vossos emails de confirmação para tertuliabenfiquista@gmail.com.

terça-feira, outubro 07, 2008

Falta de estofo

Empatámos em Matosinhos (1-1) e deixámos escapar uma óptima oportunidade para chegarmos ao 1º lugar ex-aequo com o clube regional corrupto. Depois de duas partidas muito bem conseguidas perante adversários difíceis, este jogo era importante para ver se nós teríamos capacidade de resposta quando defrontamos logo a seguir equipas menos credenciadas. Em suma, para ver se temos estofo de campeão. E, por enquanto, ainda não temos. O que se calhar até é normal para esta fase da época, sendo a nossa uma equipa em construção. Provavelmente, o problema esteve é na esperança que a própria equipa nos criou depois daqueles dois jogos.

Foi a exibição menos conseguida desde o início da época. Entrámos mal na partida, conseguimos um golo um pouco caído do céu por volta da meia-hora, num bom remate do Cardozo depois de mais uma fantástica abertura do Katsouranis e até final da 1ª parte estivemos por cima, mas sem criar flagrantes oportunidades de golo. O 2º tempo foi um autêntico pesadelo, porque fomos incapazes de segurar a bola, quanto mais conseguir chegar com perigo à baliza contrária. Excepção feita a um remate do Cardozo logo no seu início. O Leixões foi subindo, começando a pressionar cada vez mais próximo da nossa área e nós sem capacidade de reacção. Não era preciso ser bruxo para adivinhar que o golo estaria próximo e acabou mesmo por acontecer a dois minutos do fim, num cabeceamento do Wesley da marca de penalty na sequência de um canto. O mínimo que se pode dizer é que foi justo.

A lesão do Reyes logo aos 5’ foi um mau prenúncio, mas não se esperava que acusássemos tanto em termos físicos o jogo a meio da semana e que a nossa qualidade exibicional baixasse tanto. Assim sendo, é difícil fazer destaques individuais. Gostei do Miguel Vítor a defesa-direito e pouco mais. O José Mota, como é tudo menos parvo, mandou a sua equipa atacar preferencialmente pelo lado esquerdo, onde o nº 25 andou aos papéis e, como o Di María (substituiu o Reyes) é o que se sabe em termos defensivos, foi um fartote. Os centrais (Luisão e Sidnei) não estiveram mal se bem que alguns dos cortes que fizeram foram parar à entrada da área. O Quim fez um punhado de boas defesas, mas ainda demonstra insegurança nos cruzamentos. O Yebda ficou ligado ao golo que sofremos, porque falhou o corte de cabeça, e o Katsouranis, apesar da assistência no nosso golo, não conseguiu estancar o jogo ofensivo dos Leixões na 2ª parte. O Di María mostrou-se muito inconsequente e o Carlos Martins um pouco desfasado no terreno (precisa de mais rotina a jogar à direita). Os avançados acabaram por ter pouco a bola, embora o Cardozo tenha sido o que criou mais perigo (a sua capacidade de remate é, de facto, muito acima da média) e o Nuno Gomes tenha participado nas (poucas) jogadas minimamente conseguidas na 1ª parte. O Ruben Amorim não entrou mal, mas naquela altura já estávamos mais preocupados em defender do que tentar sair com a bola jogável.

Pode ser que esta partida sirva de exemplo para o que não se deve fazer. À capacidade de sofrimento temos obrigatoriamente que juntar a tentativa de fazer um futebol positivo sempre com a baliza contrária em vista. Defender uma vantagem mínima logo no início da 2ª parte dá o resultado que deu. Vamos ver se estes dois pontos não irão fazer falta no futuro...

P.S. – A qualidade(?!) de um árbitro fica bem patente quando não se marca um penalty daqueles e se está a dois metros do lance. O que valeu foi que da jogada resultou o nosso golo, mas o Sr. Olegário Benquerença das duas uma: ou é cego ou é incompetente. Qualquer que seja a resposta, faria um grande favor ao futebol se se retirasse de vez. Que vergonha!

sexta-feira, outubro 03, 2008

Épico

Outra 2ª parte fabulosa permitiu-nos ganhar ao Nápoles (2-0) e entrar na fase de grupos da Taça Uefa. Este jogo era absolutamente essencial quer a nível financeiro quer em termos de motivação para o resto da época. Sermos eliminados das competições europeias logo em Outubro seria uma desgraça. Felizmente tudo correu pelo melhor e o que é de realçar é que se continua a ver o crescimento da equipa.

Tínhamos uma série de baixas importantes para esta partida (Cardozo, Aimar e Suazo), pelo que eu estava um pouco céptico em relação às nossas possibilidades. No entanto, entrámos com bastante velocidade e a pressioná-los perto da sua área, e poderíamos ter chegado à vantagem ainda na 1ª parte. Isto apesar de os italianos terem respondido na parte final e terem inclusivamente atirado uma bola ao poste. Mas, com a complacência do árbitro, fartaram-se de perder tempo e percebeu-se bem ao que vinham. Na 2ª parte entrou em campo a eficácia. Aos 57’ um óptimo lançamento do Katsouranis desmarcou o Reyes e o espanhol marcou o segundo golão em cinco dias. Colocávamo-nos em vantagem, mas comentei com os colegas de bancada que o jogo não terminaria assim: ou marcávamos outro golo ou arriscávamo-nos a sofrer o veneno italiano nos últimos minutos. O Quique mexeu bem na equipa e fez entrar o Carlos Martins para o lugar do Ruben Amorim, o Binya em vez do Yebda e o Urreta para a saída do Di María. Estas substituições forma bastante importantes já que refrescaram a equipa e permitiram-nos manter a bola longe da nossa área. A sete minutos do fim, um cruzamento teleguiado do Carlos Martins encontrou a cabeça do Nuno Gomes para um magnífico golo a fazer lembrar o do João Pinto frente à Inglaterra no Euro 2000. A eliminatória estava decidida, mas ainda houve tempo para o nosso capitão falhar um golo fácil na cara do guarda-redes depois de outra fantástica abertura do Katsouranis.

A equipa funciona cada vez mais como um harmónio e dá gosto de ver jogar. Individualmente tenho que destacar novamente o Reyes. Mais um golão e uma capacidade de luta que vai aumentando de jogo para jogo. Ainda bem que a prostituta uruguaia fez o que fez, já que ficámos a ganhar com a troca. Gostei igualmente imenso do Katsouranis e do Yebda no meio-campo, e duvido que esta dupla seja desfeita, a não ser por motivos de força maior. A defesa também esteve muito segura, com o regressado Luisão em bom estilo, o Sidnei a convencer cada vez mais e os laterais (Maxi Pereira e o nº 25) bastante interventivos no ataque. O Quim teve uma hesitação no início do jogo, mas depois foi quase um mero espectador. O Ruben Amorim confirma-se como um bom jogador, especialmente porque está a alinhar numa posição que não é a sua. O Di María deu um toque de criatividade à equipa, mas por vezes não liberta a bola como deveria, além de tomar quase sempre a opção mais difícil. O Nuno Gomes voltou aos golos europeus e atingiu a bonita marca de 150 com a nossa camisola. Nada mau para quem inexplicavelmente continua a não merecer o apoio de todos os benfiquistas.

O que mais me espantou na partida foi a pressão que fizemos logo na grande-área deles, com particular incidência a partir dos 85’ e com a eliminatória ganha! Estamos com uma preparação física que raramente me lembro de ver. Não gosto, nem quero embandeirar em arco, mas esta sensação que estamos no bom caminho e a crescer é imensamente agradável. Veremos o que nos reserva o sorteio, mas não admito outra coisa que não seja passar a fase de grupos. Quanto ao campeonato, como neste fim-de-semana jogam o Anti-Benfica do Sul contra o do Norte, se vencermos em Matosinhos, ganharemos inevitavelmente pontos a um deles (ou aos dois). E, já agora, se houver empate e o Nacional não ganhar em Coimbra, atingiremos uma posição na tabela classificativa que já não ocupamos desde que fomos campeões, o que seria muito bom para a nossa moral. Da maneira como estamos a jogar, o mínimo que os adeptos podem fazer é sonhar. A equipa deu-nos essa possibilidade e isso, numa fase tão precoce da época, é um grande mérito dela.

terça-feira, setembro 30, 2008

Arsenal - 4 - FC Porto - 0

Excepcionalmente escreve-se o nome do clube regional corrupto neste blog para melhor se saborear a magnífica simbiose entre as letras e os números do título em epígrafe. Tudo a bem da estética, claro está.

P.S. - Se me tivessem dito o resultado sem eu ter visto o jogo, ficaria muito contente. Tendo-o visto, confesso que me sinto um pouco frustrado. A 2ª parte do clube regional corrupto foi absolutamente confrangedora. Estivemos tão perto de um resultado (ainda mais) inolvidável...

domingo, setembro 28, 2008

Limpinho

Uma óptima 2ª parte, alicerçada na entrada do Katsouranis, permitiu-nos voltar a ganhar aos lagartos em casa (2-0) ao fim de três anos. Foi uma exibição em crescendo e a vitória é indiscutível. O que mais me tranquiliza é que se vê a evolução da equipa de jogo para jogo (ao contrário do que acontecia na época passada, em que a uma boa partida se sucediam pelo menos cinco más). Espero que esta dinâmica se mantenha para a próxima 5ª feira e que possamos chegar à fase de grupos da Taça Uefa.

O Quique Flores surpreendeu-me ao alinhar com a mesma equipa de Paços de Ferreira. Concordei com a manutenção do Miguel Vítor, apesar da disponibilidade do Katsouranis (aquele jogo com o clube regional corrupto ainda me está atravessado...), mas já não com a do nº 25 em vez do Léo. Na 1ª parte a nossa defesa em linha foi batida por duas vezes e os lagartos criaram outras tantas possibilidades de golo. Continuo a não perceber a manutenção deste sistema (não vejo nenhuma grande equipa europeia a jogar assim) que nos poderia ter custado um golo logo no início do jogo, não fosse a má pontaria do Djaló. Nós também tivemos duas oportunidades, com um remate do Cardozo quase de meio-campo e um lance do Maxi Pereira pela direita com um remate cruzado que o Nuno Gomes conseguiu desviar, mas por cima da barra.

Na 2ª parte, o Quique trocou o Ruben Amorim (que até nem estava a jogar mal) pelo Katsouranis e o que é certo é que a partida mudou completamente. Os lagartos deixaram de existir e nós fomos para cima deles. Tivemos um par de remates perigosos antes de o Reyes tirar um coelho da cartola com o 1º golo aos 66’. Por esta altura, já o Aimar tinha substituído o Nuno Gomes (espero que tenha sido para o salvaguardar para 5ª feira, já que em jogo jogado foi bastante melhor que o Cardozo) e foi ele que fez a tabelinha com o espanhol para um remate deste com a parte exterior do pé (recuso chamá-lo de trivela!) que levou a bola ao canto inferior da baliza. Cinco minutos depois acabámos com o jogo quando um livre muito bem marcado pelo Carlos Martins encontrou a cabeça do Sidnei para o 2º golo. Até final os lagartos só tiveram uma oportunidade (já nos descontos) em que o Quim defendeu bem um remate do Djaló. Nós limitámo-nos a controlar a partida e mais uma vez terminámos com 10 porque o Carlos Martins rebentou a cinco minutos do fim e já tínhamos feito todas as substituições. Definitivamente este é um aspecto a rever.

Em termos individuais há que destacar o Reyes, que demonstra melhorias a cada jogo que passa. Está muito mais interventivo nas acções defensivas e mais desequilibrador no ataque, se bem que ainda se agarre um bocadinho à bola. Voltei a gostar muito da dupla teenager de centrais e do Yebda, que é um poço de força. Estou convencido que os médios-centro estão encontrados, porque a melhoria que tivemos com o Katsouranis não pode ser desaproveitada. O grego, se jogasse futebol de salão, seria o melhor jogador do mundo, porque é incrível como parado(!) consegue descobrir linhas de passe para os companheiros. Além disso, a sua movimentação demonstra uma inteligência acima da média. Outro jogador que neste tipo de jogos se destaca sempre é o Maxi Pereira. Muito seguro a defender, sem medo do choque, e ainda com tempo de apoiar o ataque. O nº 25 melhorou bastante em relação ao Paços, mas eu hei-de sempre preferir o Léo. O Quim também subiu de produção (aliás, descer seria impossível...) e o Nuno Gomes mantém-na alta. O Cardozo foi talvez o jogador cuja diferença em relação ao que pode fazer foi maior. Não esteve muito feliz, mas também não é fácil passar o jogo todo a ser puxado e agarrado e não ver assinalada uma(!) única falta. Numa partida em que todos deram o litro é difícil encontrar aspectos negativos, o que é muito bom sinal.

O Sr. Duarte Gomes demonstrou mais uma vez que é um árbitro mediano. Os jogadores não lhe deram muitos problemas, mas é incrível como é que não mostrou amarelo a um agarrão ao Cardozo e a um pontapé do Moutinho ao Reyes. O momento mais inacreditável foi quando o Tonel resolveu saltar ao eixo com o Cardozo e o árbitro assinalou falta... atacante! Aliás, em caso de dúvida era sempre a favor dos lagartos. Isto já para não falar do penalty do Postiga sobre o Yebda (puxão descarado do braço) perto do intervalo.

O Carlos Martins e o Aimar saíram tocados, mas espero que não seja nada de grave que os impeça de jogar na 5ª. Já temos a equipa desfalcada o suficiente para nos darmos a esse luxo. Desejo que esta boa vitória faça com que a lotação esgote nesse jogo. A equipa não só precisa disso como o merece. E afinal há já dois anos (desde a partida com o clube regional corrupto em 2006/07) que não temos lotação esgotada na Luz.

P.S. – O momento mais cómico do jogo foi ao intervalo quando vejo um casal de lagartos a perguntar a uma senhora onde é que era a casa-de-banho. Que pena não terem perguntado a mim...

terça-feira, setembro 23, 2008

Sofrimento escusadíssimo

Vencemos em Paços de Ferreira (4-3) e finalmente conquistámos os três pontos no campeonato. Só que estou com uma tal sensação de cansaço e incredulidade quase como se não tivéssemos ganho. Como é que é possível estarmos duas vezes com dois golos de diferença (1-3 e 2-4) e sofrermos um para a vantagem mínima? Esta partida tinha tudo para se tornar um pro-forma e só não empatámos porque nos últimos minutos houve uma bola que rasou o poste. Acabámos por ter bastante sorte.

Com os castigos ao Luisão e Katsouranis, jogaram os teenagers Miguel Vítor e Sidnei, que até deram boa conta do recado. Mais estranha foi a opção pelo nº 35 25 em vez do Léo. Desejo sinceramente que não seja para continuar. Entrámos muito bem no jogo e logo aos 7’ o Nuno Gomes correspondeu muito bem a um bom centro do Reyes, depois de uma abertura fantástica do Carlos Martins. Pensei que estaríamos finalmente perante uma partida fácil, mas foi puro engano. Permitimos o empate aos 14’ em mais um golo em que o adversário beneficiou de um desvio de um defesa nosso. Não reagimos muito bem, mas mesmo assim conseguimos colocar-nos de novo em vantagem aos 31’ depois de outra boa jogada atacante, em que o Ruben Amorin centrou para o Nuno Gomes e o Maxi Pereira finalizou de recarga. Um pouco antes do intervalo, outra boa jogada de combinação resultou num indiscutível penalty a nosso favor, que o Cardozo concretizou da maneira habitual: ia furando a rede. Mesmo em cima dos 45’, o Sidnei faria o 1-4 se um defesa em cima da linha não tivesse tocado na bola com a ponta do joelho.

A 2ª parte foi um descalabro. Quando se esperava que nós, com dois golos de vantagem, conseguíssemos controlar a partida e num contra-ataque marcássemos, aconteceu precisamente o contrário. Mostrámo-nos estranhamente nervosos e sem capacidade em ter a posse de bola. E, depois, temos um grande problema: agora que é titular indiscutível da selecção, é que o Quim se lembrou de abrir o aviário. É o 3º (!) jogo seguido em que dá um frango, sendo que este foi o pior deles todos. Largou uma bola facílima num canto curto e foi o 2-3 aos 63’. Curiosamente reagimos bem a este golo e, com a entrada do Aimar, conseguimos ser mais objectivos no ataque, o que nos proporcionou o 2-4 num bom remate do nº 35 25. Com dois golos de vantagem e 14’ minutos para jogar, pensei que o jogo seria ganho sem mais sofrimento. Segundo engano da noite. Em mais um lance de bola parada e beneficiando de um ressalto na área, o Paços fez o 3-4. Foram 9’ de sofrimento (já contando com os descontos), em que a tal bola que passou rente ao poste e uma defesa do Quim (ambas situações de bolas paradas) tiraram-me cinco anos de vida. E não os recuperei quando o Sr. Bruno Paixão apitou.

Não tenho encontro justificação para o que se passa com o Quim, mas parece-me inevitável uma passagenzinha pelo banco. Quem dá frangos em três jogos consecutivos tem que ser protegido pelo treinador. De igual modo, espero que o golo do nº 35 25 não lhe garanta a titularidade frente aos lagartos. Foi a única coisa de jeito que fez em toda a partida, sendo um autêntico passador no lado esquerdo da defesa. Ao invés, gostei dos centrais. Os golos dos adversários não são culpas deles, já que em bolas paradas toda a equipa defende. O Carlos Martins também fez uma boa partida (vários passes para desmarcar os colegas) e o Yebda mais uma vez mostrou que é um jogador muito útil, mas que não dura o jogo inteiro. O Ruben Amorim foi uma agradável surpresa e foi um erro enorme do Quique tirá-lo aos 78’ para colocar o inconsequente (e provocador de faltas estúpidas) Balboa. O Reyes fez a melhor partida desde que está no Benfica. Muito perigoso no ataque e muito generoso a defender, foi outro que não deveria ter saído, ou pelo menos se saísse não era para entrar o Di María que não defende nada. Faltava 1’ para os 90’, mas mesmo assim ainda deu para as tais duas oportunidades do Paços. No ataque, o Nuno Gomes foi dos melhores da equipa, mas aquela atitude, com um árbitro mais rigoroso, poder-lhe-ia ter provocado a expulsão. Não pode, nem deve fazer isso, já que ainda por cima é o capitão de equipa. O Cardozo não esteve tão bem como em partidas anteriores, mas mesmo assim correu muito (nem sempre bem, é certo) e lá marcou um golito.

Com esta vitória e o empate do clube regional corrupto em Vila do Conde, estamos igualados com eles e com os lagartos a quatro pontos. É fundamental ganharmos-lhes no sábado, mas não vai ser fácil. Desde a oferta do Ricardo que não os vencemos em casa e eles vêm moralizados pelas vitórias. Espero que melhoremos nos aspectos defensivos, porque sofrer seis golos em dois jogos é muito. E, já agora, que o Quique seja mais feliz nas substituições.

quinta-feira, setembro 18, 2008

Pouca inteligência

Fomos derrotados em Nápoles por 2-3 num resultado que até acaba por ser bom considerando o que foi o jogo. A eliminatória está obviamente em aberto, somos superiores aos italianos, mas temos que ter muito cuidado com os contra-ataques deles na Luz.

Entrámos bem e um remate de 35m do Reyes ia surpreendendo o guarda-redes. Marcámos logo aos 16’ através de um bom cabeceamento do estreante Suazo na sequência de um canto bem marcado pelo Carlos Martins. Mas estranhamente desconcentrámo-nos e permitimos a reviravolta em apenas 2’(!), sofrendo dois golos dignos dos infantis, com ressaltos estranhos e a defesa a dormir. O nosso meio-campo tinha grandes dificuldades em segurar a bola e esta não chegava aos avançados. O Nápoles, por seu turno, era muito rápido no contra-ataque e criou algumas situações bem complicadas para nós. Até ao intervalo poderíamos ter sofrido mais golos, especialmente num lance em que o Quim, numa cópia perfeita do 2º golo da Dinamarca, falhou a intercepção num canto e só a cabeça do Léo impediu a bola de entrar na baliza. Na 2ª parte, o Nápoles baixou de rendimento, mas mesmo assim ainda chegou ao 3-1 (54’), noutro lance esquisito, em que um cruzamento bateu nas costas do Léo e o Quim foi muito lento a reagir. Durante 5’ pensei que a eliminatória estava perdida, mas noutro lance de bola parada o Luisão amenizou a derrota e permitiu-nos ter esperanças para a 2ª mão.

Um dos grandes problemas do Benfica foi o sub-rendimento de alguns jogadores, nomeadamente o Di María, Urreta e Carlos Martins. O Balboa, que entrou ao intervalo para o lugar do jovem uruguaio, também mal se viu. O Reyes esteve melhor que contra o clube regional corrupto, mas agarra-se muito à bola. O Yebda fez uma boa 1ª parte, mas afunda-se a partir dos 60’. O Maxi Pereira sentiu bastantes dificuldades no flanco direito e o Quim atravessa uma fase de menor fulgor (espero que seja passageira). Pela positiva destaco a boa estreia do Suazo (não engana ninguém quando ao seu valor), mas a regra que diz que em Portugal sobre o Cardozo nunca é falta, parece que em Itália se aplica a ele. Igualmente bem esteve o incansável Léo, mas o melhor de todos para mim foi o Luisão. Apesar de na 1ª parte ter sido apanhado no meio daquela desconcentração colectiva, subiu imenso na 2ª e fez alguns corte importantíssimos. Também não desgostei do Sidnei, considerando a sua idade. O Nuno Gomes voltou a entrar bem na partida, assim como o Katsouranis, que depois da burrice frente ao clube regional corrupto, começou o jogo (e bem) no banco.

Não poderia deixar de referir a arbitragem VERGONHOSA do Sr. Bjorn Kuipers, holandês de nascimento e certamente amante de fruta. Desde as saudosas actuações do Sr. Isidoro Rodrigues no Varzim-Benfica (2001/02) e do Sr. Carlos Xistra neste jogo, que eu não me irritava tanto com uma arbitragem. Como previu o Blog da Bola, depois da roubalheira que foi o Basileia contra o V. Guimarães, estamos nós também a pagar a desfaçatez de lutarmos pela justiça no TAS e afins. Desde o 2º amarelo perdoado ao Blasi (cujo treinador o fez sair logo ao intervalo), o vermelho directo que nem amarelo foi daquela entrada à Bruno Alves que ia matando o Suazo (jogou em inferioridade física – já tínhamos esgotado as substituições - a partir dessa altura), passando por lances duvidosos sobre o hondurenho e o Sidnei na área, valeu praticamente tudo. Vamos ver a peça que nos vai calhar no jogo de cá, mas se for um semelhante a este provavelmente não teremos hipóteses nenhumas em passar.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Inacreditável

Portugal perdeu hoje em casa frente à Dinamarca (2-3) num jogo em que aos 81’ estava 1-0. Quando se falham q-u-a-t-r-o(!) oportunidades de baliza aberta (literalmente) com o resultado em 1-0 ficamos sempre sujeitos a estas coisas. Simão, Nani, Danny e Nuno Gomes não conseguiram concretizar e, nos últimos minutos, uma saída à Ricardo do Quim num canto e um remate desviado pelo Pepe transformaram uma vitória certa (e justa) numa derrota muito difícil de engolir.

Não acho que tenhamos jogado mal (o Deco está numa super forma), mas o que é certo é que nos primeiros 5’ poderíamos ter sofrido logo um golo. O jogo foi bastante disputado, mas merecíamos claramente a vitória. Só que a aselhice paga-se caro. Ainda conseguirmos colocar-nos novamente em vantagem (85') através de um indiscutível penalty depois do 1-1, mas a forma como não conseguimos controlar a partida depois disso foi confrangedora. Assim, a vitória em Malta (4-0) no passado sábado, com uma boa 2ª parte, vai cair rapidamente no esquecimento. O próximo jogo é na Suécia e, se sairmos derrotados, começaremos a ver a África do Sul por um canudo.

O outro é que era “burro”, mas ou muito me engano ou andaremos de calculadora em mão durante toda esta fase de qualificação.

domingo, agosto 31, 2008

Estupidez grega

Empatámos com o clube regional corrupto (1-1), mas dadas as incidências do jogo até acaba por não ser um mau resultado. Há coisas que não entendo nem posso admitir. Como é que um jogador internacional de 29(!) anos, depois de ter feito um penalty absolutamente idiota aos 10’ que lhe custou um amarelo, tem uma entrada aos pés de um adversário no meio-campo(!) logo após a sua equipa ter conseguido o empate?! Erros toda a gente pode cometer, mas este atraso mental do Katsouranis tem que ter consequências. É inaceitável que um jogador experiente tenha atitudes desta que custaram a possibilidade de uma vitória numa partida tão importante. Se não quer estar no Benfica que se vá embora de vez, mas prejudicar a equipa desta maneira é que não.

Não poderíamos ter entrado pior, logo com aquele penalty, mas a reacção foi bastante boa. Num livre “à Camacho”, só o corte de um defesa impediu o Reyes de marcar (quando é que voltaremos a conseguir um golo neste tipo de lances?; que eu me lembre, o único foi do Zahovic em Braga na época 2002/03) e logo a seguir foi o Aimar a falhar um desvio na sequência do canto. Na 2ª parte, uma boa jogada de insistência do Yebda (o melhor do Benfica) proporcionou ao Cardozo o golo do empate, depois de um frango do Helton. Como o Sr. Jorge Sousa apesar de tudo não é o Sr. Olegário Benquerença, o golo foi validado já que o tipo que foi para futebolista quando a sua verdadeira vocação é o taekwondo tirou a bola já de dentro da baliza. Com a expulsão do Katsouranis logo a seguir, as nossas chances de tentar ganhar o jogo foram por água abaixo e daí o empate acabar por ser um mal menor.

Gostaria que me explicassem duas coisas:

1) O que é que se passou para acabarmos o jogo de rastos?! Estávamos todos contentes por termos chegado a esta fase sem nenhum lesionado e, de repente, num só jogo temos dois jogadores que saíram com problemas musculares (Aimar e Léo) e outros cinco(!) que se queixaram deles (Yebda, Carlos Martins, Reyes, Di Maria e Cardozo). Alguém me explica o que se passou? É que não me lembro de ver uma equipa do Benfica acabar uma partida neste estado;

2) Como é possível que, estando nós a jogar momentaneamente com nove (Aimar e Yebda de fora), tenhamos perdido a bola a meio-campo, proporcionando ao clube regional um contra-ataque que só não resultou em golo, porque o Lisandro não estava nos seus dias? Estávamos no início da 2ª parte, ainda com 0-1 e certamente teríamos perdido o jogo logo ali. Não se percebe, nem se admite, estes erros de principiante.

Individualmente, destacaram-se o Yebda (grande pulmão, sabe soltar a bola jogável e tem capacidade de sacrifício), o Carlos Martins (grande esclarecimento e deu o litro quando foi preciso defender), o Luisão (assumiu-se como verdadeiro capitão, especialmente na 2ª parte) e o Quim (muito seguro, apesar das defesas difíceis). Também gostei bastante da maneira como o Nuno Gomes e o Sidnei entraram na partida. O capitão, à semelhança de Vila do Conde, voltou a dinamizar o ataque. Parece que a concorrência o despertou e poderemos voltar a ver o Nuno Gomes de antigamente. O jovem defesa brasileiro nem parece que tem 19 anos. Entrou na partida muito concentrado e assume-se como uma alternativa válida para central. Aliás, com a forma do Yebda, o que o Sidnei mostra e a perspectiva de regresso do David Luiz, o Katsouranis deveria fazer um estágio pelo banco de suplentes. Para ver se se acalma. Desilusão foi o Reyes, que se mostrou desfasado da equipa. Muito individualista, a fintar em zonas proibidas e pouco lesto a soltar a bola. Precisa rapidamente de entrosamento. O Di Maria está de facto muito confiante, fez boas jogadas, mas deu o berro aos 60’.

Agora o campeonato pára por causa das selecções e o próximo jogo é já a eliminatória frente ao Nápoles. É das partidas mais importantes da época, porque não nos podemos dar ao luxo de ficar fora das competições europeias logo em Setembro. Espero que os 19 dias que faltam até esse jogo sirvam para a equipa melhorar tanto no aspecto táctico como no físico.

P.S. 1 – Antes do jogo, descobri que os animais têm mãos. Não estava nada à espera que a claque do clube regional corrupto aplaudisse os atletas benfiquistas que foram aos Jogos Olímpicos. Sim senhor, deram o primeiro passo no sentido de serem humanos. Já só faltam 342.658 para atingirem essa condição.

P.S. 2 – Gostei da recepção que a prostituta uruguaia teve. Estou rouco, mas valeu a pena. Em 90’ só fez uma jogada de jeito. Nem valia a pena ter saído do bordel.

sexta-feira, agosto 29, 2008

Sorteio da Taça Uefa

Tinha que ser! A única equipa italiana que não era cabeça-de-série tinha que nos calhar a nós! Vamos defrontar o Nápoles na eliminatória que dá acesso à fase de grupos. Essa mesmo, a eliminatória em que é suposto os cabeças-de-série defrontarem equipas da Eslovénia, Eslováquia, Irlanda e afins para se encontrarem posteriormente na fase de grupos ofereceu-nos a fava de ter uma equipa italiana no bornal. Claro que os anos dourados do Nápoles, com o Maradona, Alemão e Careca já lá vão, e ainda há duas épocas estavam na Série B, mas dado que nós não conseguimos eliminar uma equipa daquele país desde a Sampdória em 1985/86, o sorteio não poderia ser pior.

Da equipa actual, os únicos nomes familiares são o Zalayeta, Blasi (jogaram ambos na Juventus) e o Paolo Cannavaro (irmão do outro). Os outros não conheço, mas todo o cuidado será pouco. A única vantagem é que jogamos fora na 1ª mão. Quanto às outras equipas portuguesas, a única com sorte (mas que também era cabeça-de-série) foi o Braga, que vai defrontar o Artmedia (que tão boas recordações nos traz!). O V. Guimarães ainda pode ter uma hipótese com o Portsmouth, mas o Marítimo com o Valência e o V. Setúbal com o Heerenveen seria uma surpresa se passassem.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Má estreia

Para não variar em relação às épocas anteriores, não conseguimos ganhar no 1º jogo da época ao empatar em Vila do Conde (1-1) e ficar desde já com dois pontos de atraso em relação aos rivais. Perante uma equipa que subiu este ano à I Divisão era expectável e quase obrigatório que conseguíssemos vencer, mas alguma falta de sorte misturada com aselhice assim não o permitiu.

Não considero que tenhamos feito uma má partida, mas sinceramente esperava mais. Entrámos bem, mas a partir dos 15’ começámos a perder gás. O Aimar estava muito distante da bola e o Cardozo nem sequer lhe tocava. Só o Urreta fazia a diferença através da velocidade, mas com o senão habitual (é a juventude...) de resolver mal algumas jogadas. Tivemos azar com a lesão do Carlos Martins feita pelo... Yebda(!), logo a meio da 1ª parte, que condicionou (e bastante) o desenvolvimento do nosso jogo atacante, já que o Fellipe Bastos ainda está um pouco verde para estas andanças. Para além disto, tivemos a habitual bola no poste num cabeceamento do Yebda. Mesmo assim, a 1ª parte ficou distante daquilo que esperava.

As coisas melhoraram um pouco na 2ª, em que entrou o Nuno Gomes para o lugar do Ruben Amorim (eu percebo a colocação dele à direita no sentido de dar equilíbrio à equipa, mas perdemos claramente poder de ataque naquele flanco, já que ele está longe de fazer bem de extremo), mas um falha do Quim ao não sair à bola num canto deu o golo ao adversário. A resposta veio logo no minuto a seguir pela cabeça do golo do Nuno Gomes, mas apesar de alguma pressão da nossa parte nunca mais fomos capazes de voltar a atingir com êxito a baliza.

Um dos grandes problemas da equipa foram exibições pouco conseguidas do Cardozo e Aimar. O paraguaio ainda se pode queixar da falta de jogo na 1ª parte, mas na 2ª teve algumas oportunidades para rematar à baliza, mas estava com a mira desafinada. O argentino andou escondido da partida durante os primeiros 45’, melhorou quando derivou para a esquerda, mas não pode falhar um golo daqueles no último minuto, isolado perante o guarda-redes, depois de uma óptima tabelinha do Nuno Gomes. Gostei do Yebda (exceptuando a maneira como se fez à bola no lance em que acabou por lesionar o Carlos Martins), do Urreta (grande velocidade, nenhum medo de enfrentar o adversário e ainda foi dele o centro do golo) e dos centrais, Luisão e Katsouranis (se bem que haja culpas colectivas no golo sofrido, já que ninguém reagiu à recarga depois da falha do Quim). O Balboa entrou bem na 2ª parte e deu a ideia que poderia ter saído do banco mais cedo.

Para a semana há que ganhar ao clube regional para recuperar estes pontos perdidos. Até porque os lagartos jogam em Braga e não acreditam que ganhem. E sobretudo porque há que construir uma dinâmica de vitória. A época é longa, mas estou cansado de andar sempre a correr atrás dos outros.

P.S. – Há coisas que continuo a não perceber: o Reyes jogou frente ao Feyenoord no dia 9 de Agosto (há, portanto, duas semanas) e só na véspera do jogo é que se lembram que o certificado internacional ainda não tinha chegado?! Quem é que anda a dormir?!