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quinta-feira, dezembro 25, 2008

Natal

Desejo a todos os desportistas, em especial aos benfiquistas e aos leitores deste blog um Natal Glorioso. Nesta quadra festiva é natural que façamos votos de paz e justiça, pelo que espero sinceramente que este seja o último Natal que os Xistras, Benquerenças e Henriques desta vida passem... enquanto agentes desportivos.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Roubo de igreja

O Sr. Pedro Henriques SONEGOU-NOS descaradamente dois pontos na recepção ao Nacional (0-0) e não permitiu que aumentássemos a vantagem sobre os rivais que também empataram em casa a zero nesta jornada (lagartos com a Académica e CRAC com o Marítimo). Podemos fazer 300 análises diferentes ao jogo, dizer que o empate é o resultado mais justo, que o Nacional até jogou bastante bem, mas o que é facto é que aos 91’ o Benfica marcou um golo legalíssimo, que lhe daria certamente a vitória, e o Sr. Pedro Henriques viu uma intencionalidade na mão do Miguel Vítor que está no chão e de costas(!) para a jogada. É nestes pequenos pormenores que se vai decidindo um campeonato.

Há que dizer igualmente que não fizemos uma boa partida. Entrámos muito nervosos, com pouca dinâmica ofensiva e uma incapacidade gritante de fazer chegar a bola aos dois avançados (Suazo e Cardozo). Não percebi a titularidade do Yebda, que tinha sido dos piores jogadores contra o Metalist, em detrimento do Binya. Esta opção fez com que o Katsouranis, que é o médio que melhor coloca a bola na frente, jogasse a trinco e, portanto, muito longe da zona onde um bom passe pode fazer a diferença. Apesar da boa vontade e alguma velocidade do Di María, que veio de uma paragem um pouco prolongada, o Reyes fez muita falta, quanto mais não fosse na execução das bolas paradas. O Ruben Amorim também esteve pior que em partidas anteriores e assim era difícil criar ocasiões de perigo. Na 1ª parte tivemos apenas uma cabeçada do Yebda para a primeira de umas quantas boas defesas do Rafael Bracalli.

Na 2ª parte, entrámos ainda pior, com o Nacional a criar uma grande oportunidade de golo, em que só por sorte a bola não entrou. Continuámos estranhamente apáticos, sem capacidade para dominar o jogo durante uns bons 15’ e ainda vimos o Moreira salvar com o pé um remate de um avançado isolado. A partir daí fomos para cima do Nacional e tivemos excelentes ocasiões pelo Ruben Amorim (não se pode falhar isolado um golo daqueles...), Luisão (bom cabeceamento para excelente intervenção do guarda-redes) e Maxi Pereira (outra bola que não se pode falhar). Entretanto, tinha entrado o Nuno Gomes para o lugar do lesionado Di María (tal como na 1ª parte o Miguel Vítor substituiu o Sidnei, igualmente por lesão) e alinhávamos com três pontas-de-lança, com o nº 21 ligeiramente atrás dos outros dois. A 10’ do fim, houve um indiscutível segundo amarelo a um jogador do Nacional e a nossa pressão intensificou-se ainda mais. Mais com o coração do que com a cabeça, é certo, mas daria para ter chegado à vitória se não fosse o Sr. Pedro Henriques.

Individualmente destaco dois jogadores: o Luisão e Katsouranis. Enquanto o brasileiro mostra cada vez mais a sua preponderância na equipa e teve um corte genial na 1ª parte, o grego tem que ocupar no campo a posição correspondente ao seu número (oito). É ele que melhor faz a ligação entre a defesa e o ataque, ainda para mais nesta altura em que o Yebda está completamente fora de forma (acho que tem que voltar a ter a sua crista amarela). O Suazo desiludiu-me, porque dele espera-se sempre mais do que uma assistência e um cabeceamento ao lado. O Cardozo pode não ter um estilo muito gracioso, mas eu acho que tem condições para ser titular do Benfica. Neste jogo, gostei bastante mais dele do que do Suazo. Uma palavra final para o Miguel Vítor: não há dúvida que temos central. Muito concentrado, ainda com algumas arestas para limar, mas a garra e a concentração estão todas lá.

Voltamos a ser o “campeão de Inverno” 15 anos depois, mas este título é apenas oficioso. Temos que melhor a nossa prestação nos jogos futuros e é essencial ganhar as próximas quatro partidas antes de ir a casa do CRAC. No entanto, se voltarmos a ter arbitragens destas vai ser muito complicado. Até agora eu considerava o Sr. Pedro Henriques um árbitro honesto (mesmo apesar de aqui há uns anos, na altura em que o Mourinho treinava o CRAC, ter fechado os olhos a uma defesa com a mão do Vítor Baía fora de área num Gil Vicente-CRAC jogado em Guimarães e já para não falar neste e neste Benfica-lagartos), mas isto passou das marcas. Um árbitro que tem um critério “largo” e deixa jogar como é possível ter visto algo que não aconteceu, isto já para não falar de um agarrão ao Nuno Gomes na área aos 85’...? Será que vale a pena continuar a preocupar-nos a fazer equipas e plantéis quando quem decide os jogos mais equilibrados são sempre os mesmos e sempre para o mesmo lado?! Será que vale a pena continuar num jogo viciado em Portugal, onde o Sr. Duarte Gomes não vê um empurrão do Rolando ao Miguelito e um braço do Bruno Alves que desvia um remate do Manú, ambos dentro da área do CRAC, e o Sr. Pedro Henriques vê uma mão de um jogador do Benfica que está no chão e de costas?! ISTO É TUDO UMA POUCA VERGONHA!!!

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Eficácia

Fomos derrotados em casa (0-1) pelo Metalist e despedimo-nos da pior maneira possível de uma das mais horríveis campanhas europeias da nossa história. Um ponto em 12 possíveis, último lugar num grupo de cinco em que se apuraram três, ainda para mais sendo nós a equipa com melhor ranking e duas derrotas caseiras são factos que, não há que ter medo das palavras, envergonham o historial europeu do nosso clube. Mas... e há sempre um “mas”, se em Maio nos sagrarmos campeões, ninguém mais vai dar importância a isto.

Não há muito a dizer sobre a partida de hoje. O Metalist veio com a 2ª equipa e o Quique aproveitou para rodar os suplentes. Ganhar por 8-0 e esperar um empate entre o Olympiacos e o Hertha de Berlim convenhamos que era mais que um milagre. No entanto, não se pode dizer que as segundas linhas tenham passado no teste. O ritmo que imprimiram foi muito baixo, mas mesmo assim tivemos oportunidades mais que suficientes para ganhar folgadamente o jogo. Uma bola à barra (Urreta) e outra ao poste (Cardozo), três jogadores isolados frente ao guarda-redes (Urreta, Nuno Gomes e Maxi Pereira) a falharem, e a única oportunidade para os ucranianos concretizada aos 84’ transformaram uma possível vitória robusta numa derrota injusta. O discurso do Quique foi muito duro para os jogadores, por causa do que (não) fizeram a seguir a termos sofrido o golo. E, de facto, baixámos os braços e entregámos o jogo, o que não deve NUNCA acontecer no Benfica.

Individualmente é difícil destacar alguém. Estava a gostar muito do Nuno Gomes, mas ele não pode falhar um golo daqueles. O Binya, como habitualmente, não se preocupa com o nome do adversário e joga sempre da mesma maneira. Quanto aos outros, mais ninguém se evidenciou por aí além. O Fellipe Bastos é bom tecnicamente, mas agarra-se demasiado à bola, e ao Urreta ainda lhe falta maturidade, sendo no entanto um lutador nato. Devo dizer igualmente que não gostei nada da exibição do Yebda. Muito pouco dinâmico e a jogar sistematicamente para trás. Também o Cardozo tem que se esforçar um pouco mais (apesar da bola no poste) e ter mais atenção aos foras-de-jogo.

Faço votos para que este resultado não tenha influência no jogo da 2ª feira frente ao Nacional. É IMPERATIVO passarmos o ano no 1º lugar, sob pena de os próprios jogadores começarem a não acreditar neles mesmo. E, como diz o Quique, não podemos perder a “ilusión”.

domingo, dezembro 14, 2008

Injusto e imerecido

Perdemos nos penalties (4-5) depois de um empate a zero e fomos eliminados da Taça de Portugal frente ao Leixões em Matosinhos. Dominámos durante os 120’ e não merecíamos ter ficado pelo caminho. Mas o chavão diz que “o futebol é assim mesmo” e nem sempre a equipa que faz mais por ganhar o consegue.

Alinhámos com os mesmo titulares da Madeira, com excepção do guarda-redes, já que o Quique resolveu dar uma oportunidade ao Moretto. O Leixões mostrou mais uma vez ter uma equipa muito sólida, mas desde bem cedo avisou ao que vinha: levar a partida para os penalties. Só assim se explica o jogo extraordinariamente defensivo que fizeram, muito mais preocupados em não sofrer golos do que em marcá-los. Estranhei esta atitude, primeiro porque jogavam em casa e depois porque são actualmente os segundos classificados, e já ganharam no terreno do CRAC e dos lagartos. No entanto, defrontando agora uma equipa grande, as cautelas foram superiores. E como às vezes o crime compensa, quem nada fez por isso, acabou por passar a eliminatória.

Não tivemos muitas oportunidades de golo, mas tínhamos obrigação de ter concretizado pelo menos uma das que existiram. A do Sidnei na 1ª parte, por exemplo. Não percebo como é que se pode falhar um golo daqueles na pequena-área, atirando contra o guarda-redes. Outro facto que não compreendo é como que se não se aproveita dois livres perigosíssimos à entrada da área, rematando por cima da barra. Aliás, viu-se logo na cara do Reyes, que os marcou a ambos, a pouca concentração que teve no momento do remate. Estivesse o Cardozo em campo e outro galo cantaria... Mas o lance que mais me irritou aconteceu já no prolongamento em que, numa situação de dois para um, o Balboa (que entretanto tinha entrado) não conseguiu fazer o passe para o Suazo, que ficaria isolado.

Individualmente destaco o Binya, importantíssimo no corte de bolas a meio-campo e menos mal na questão do passe, e o Luisão, que esteve excelente na defesa. Abaixo do que vale esteve mais uma vez o Aimar, que me parece não estar fisicamente a 100%. Também o Suazo se mostrou muito discreto, tendo no entanto como atenuante o facto de a bola raramente lhe chegar em condições. Um jogador que eu gostaria de ver mais em campo é o Cardozo, que continua a ser o nosso melhor marcador. Entrou a 10’ do fim do prolongamento e ainda se notou a sua presença em campo. Vendo-se que não era dia do Suazo, não sei até que ponto não faria sentido o paraguaio ter entrado mais cedo...

Faço um apelo para que a equipa do Benfica tome bem consciência do que se passou até agora nesta época: ainda não ganhámos nada, já não estamos na Taça de Portugal e a permanência na Uefa está muito complicada. É fundamental manter a concentração no campeonato e, já agora, não menosprezar a Taça da Liga. O Benfica não pode deixar passar mais uma época sem nenhum troféu conquistado.

P.S. – A arbitragem do Sr. Olegário Benquerença (parece ter um exclusivo sobre os Leixões-Benfica...) não teve grandes problemas técnicos, mas foi uma fantochada a nível disciplinar, à semelhança do jogo da Madeira. Se calhar, está criada uma nova moda: “vamos encher a equipa do Benfica de amarelos”. Alguns foram verdadeiramente ridículos e, obviamente, sem a igualdade de critério quando o lance era de um jogador contrário. A 1ª aula, dada na Madeira, teve a continuação devida.


P.P.S. - Desta vez foi o Katsouranis a experimentar as meiguices dos jogadores do Leixões logo no início do jogo. Não teve que sair lesionado como o Reyes para o campeonanto, mas até final nunca mais foi o mesmo jogador.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Seis

Goleámos o Marítimo na Madeira por 6-0 e estamos provisoriamente no 1º lugar do campeonato (se o Leixões não ganhar em Guimarães, deixará de ser provisório). Confesso que estava mais confiante do que seria de esperar para este jogo por duas razões: primeiro, porque o Luisão, Nuno Gomes e Aimar estavam de regresso aos convocados; segundo, porque este ano temos tido a capacidade de nos superar nos jogos teoricamente mais difíceis (Taça Uefa à parte).

E o que é facto é que o Benfica entrou na partida com uma atitude radicalmente oposta à da 2ª feira passada. Tivemos duas excelentes oportunidades (Suazo e Ruben Amorim) até marcarmos o 1º golo, através de um penalty do Reyes (pontaria a mais, bola no poste, mas por uma vez tivemos sorte no ressalto...) aos 20’, lance do qual resultou a expulsão do Marcos, guarda-redes adversário, que derrubou um isolado Suazo (enorme inteligência do Katsouranis a marcar rapidamente o livre para desmarcar o hondurenho). A jogar contra 10 desde tão cedo era expectável que o Benfica tornasse a partida mais fácil, o que só veio a acontecer na 2ª parte. No período entre o 1º e o 2º golo (canto bem marcado, desvio do Katsouranis ao primeiro poste e cabeçada do Suazo ao segundo) não gostei do nosso jogo. Muito lentos, a deixar correr o marfim, dando a aparência de estarmos satisfeitos com a vantagem mínima e sem procurar a baliza contrária. Não me importo nada que o Benfica faça a “gestão da vantagem”, mas de preferência quando estamos a ganhar por dois golos, sff. Com um golo de diferença, isso irrita-me profundamente, porque estamos sempre sujeitos a sofrer um num lance fortuito e depois queixamo-nos da injustiça.

A 2ª parte foi bastante melhor. A equipa soltou-se e finalmente notou-se a superioridade numérica. Por norma, eu só descanso aos 3-0 e vendo a arbitragem do Sr. Artur Soares Dias (já lá vamos...) mais ansioso fiquei pela marcação do 3º golo. Que surgiu aos 66’ pelo Luisão depois de outro livre bem marcado pelo Reyes. A resistência do Marítimo quebrou-se definitivamente e, até final, ainda deu para o Nuno Gomes (que substituiu o Aimar aos 81’) participar em três golos: desmarcando o Suazo para o 4-0 e marcando ele próprio os dois últimos. Gosto sempre bastante de ver o 21 a marcar, mesmo que seja quando o resultado já está feito. E, não sendo titular indiscutível, já tem mais golos que qualquer jogador do CRAC...

Com uma exibição muito boa em termos colectivos (se exceptuarmos os tais 20’ entre o 1º e 2º golo), é quase injusto individualizar, mas o Suazo e o Katsouranis foram os dois jogadores que mais se destacaram. O hondurenho marcou dois golos (e falhou pelo menos outros dois de baliza aberta...) e o grego participou activamente em três (1º, 2º e 5º). Gostei igualmente do regresso do Moreira à baliza e do facto de ele estar sempre atento às bolas lançadas em profundidade para a área (raramente deixa de sair quando tem de o fazer). O regresso do Luisão trouxe enorme estabilidade à nossa defesa e ele é indiscutivelmente um dos jogadores mais importantes da equipa. O David Luiz teve um excelente pormenor no cruzamento que fez para o 6-0, mas tem que ter cuidado com a forma como entra à bola, especialmente quando já tem um amarelo... O Reyes mantém um nível muito alto de jogo e continua a ser um jogador massacrado pelos adversários. O Ruben Amorim voltou às boas exibições e neste momento é um titular indiscutível do lado direito do meio-campo. Só o Aimar esteve algo longe daquilo que vale, mas tem a desculpa de vir de uma lesão. No entanto, nota-se que a equipa se movimenta melhor com ele em campo.

Para terminar, falemos noutra das figuras da partida: o Sr. Artur Soares Dias. Foi protagonista de uma arbitragem habilidosíssima à la Carlos Xistra. Pode parecer estranho falar dele num resultado do 6-0, mas a forma como conduziu a partida, especialmente na 2ª parte e até ao nosso 3º golo foi tudo menos inocente. Levámos sete(!) amarelos, dos quais só o do Luisão se justificou! Todos os outros seis entram directamente para o anedotário nacional, isto enquanto os jogadores do Marítimo distribuíam pau para toda a obra (o Reyes que o diga), aproveitavam para inadvertidamente pisar sempre um nosso jogador que estava no chão e acabaram o jogo com um(!) amarelo. Foi uma arbitragem escandalosa, que só acalmou com o golo do Luisão, porque com 3-0 convenhamos que era difícil fazer mais. A estratégia era clara: provocar um segundo amarelo a um jogador nosso, para equilibrar as coisas. Se sofrêssemos um golo, ficaríamos à rasca até final. Infelizmente para o Sr. Artur Soares Dias, o Luisão estragou-lhe os planos. Este jogo provou que o Benfica tem que ser mesmo MUITO melhor que o adversário, já que não poucas vezes este alinha com 14.

Para a semana, temos uma partida importantíssima para a Taça de Portugal. Vamos a Matosinhos e, como a continuidade na Uefa se afigura extremamente difícil (ganhar por 8-0 e esperar o empate no outro jogo seria um Natal antecipado), temos que concentrar todo o nosso esforço nas provas nacionais. E eu já tenho saudades de ir ao Jamor. E ainda mais de uma dobradinha...

terça-feira, dezembro 02, 2008

Banco, por favor

Empatámos em casa frente ao V. Setúbal (2-2) e deixámos fugir uma oportunidade sublime para chegar isolados ao primeiro lugar. Estava com bastante medo desta partida, especialmente das possíveis sequelas da derrota na Grécia, e o desenrolar da mesma veio justificar os meus receios. Não tivemos a dinâmica dos últimos jogos para o campeonato, se bem que com um pouco mais de sorte (e outro guarda-redes...) pudéssemos ter ganho.

A equipa entrou em campo órfã dos seus dois líderes (Nuno Gomes e Luisão), ambos lesionados, e isso notou-se principalmente nos últimos minutos, em que era preciso gente com cabeça fria para manter o resultado. Entrámos devagar na partida, mas mesmo assim conseguimos criar oportunidades que infelizmente desperdiçámos, algumas delas de maneira incrível (não é, Suazo?!). O V. Setúbal pouco fez, mas conseguiu colocar-se em vantagem aos 35’ aproveitando uma falha do nº 25, que entrou à queima e não conseguiu ficar com a bola, e um semi-frango do Quim, que sacudiu para o lado um remate relativamente fácil. Até ao intervalo, ainda atirámos uma bola ao poste pelo Ruben Amorim.

Na 2ª parte, entrámos a todo o gás e conseguimos criar várias oportunidades nos primeiros 15 minutos. Concretizámos duas, pelo Katsouranis (48’) e Suazo (59’), este numa óptima assistência do Cardozo, enviámos uma bola ao poste pelo hondurenho e o Cardozo permitiu ao guarda-redes contrário a defesa da noite. Só que depois de nos colocarmos em vantagem, ao invés de procurarmos o golo que nos daria a tranquilidade, estranhamente começámos a recuar no terreno e a sofrer calafrios na defesa. E aí infelizmente entrou em acção o nosso guarda-redes. Se já no 1º golo me pareceu que poderia ter feito mais, o 2º é um frango monumental. Não é admissível sofrer-se um golo de pontapé de bicicleta, em balão, efectuado fora da área! 13 golos sofridos em semana e meia espero que façam ver ao Quique que, até para defesa do próprio jogador, é imperativo que ele vá para o banco nos próximos jogos. Ainda por cima, temos um substituto à altura, pelo que é chegada a hora de o Moreira voltar a ser o titular da nossa baliza.

Em termos individuais, destaco positivamente o Miguel Vítor que fez uma partida muito sóbria, a 2ª parte do Ruben Amorim, Katsouranis e, a espaços, do Reyes, e pouco mais. O Cardozo esforçou-se bastante, fez uma óptima assistência, mas faltou-lhe um golo, ao passo que o Suazo marcou, mas só à sua conta ficaram mais dois ou três por concretizar. O resto da equipa esteve sofrível, sendo que o nº 25 também foi um autêntico passador. Aliás, acho esta história de o Léo continuar no Brasil muito mal contada. Estava mais que na altura de ele voltar a ser o titular.

Na próxima jornada, teremos uma deslocação complicadíssima à Madeira para defrontar o Marítimo. Espero que a regra este ano, de nos superarmos nos jogos teoricamente mais difíceis, volte a ser comprovada. E, já agora, que os lesionados (principalmente Luisão, Nuno Gomes e Aimar) voltem depressa.

P.S. – A arbitragem do Sr. Vasco Santos teve dois erros particularmente graves. O Cardozo sofreu falta no limite da área na 1ª parte (o defesa agarrou-o, não o deixando saltar), mas aqui aplicou-se a 18ª lei do futebol em Portugal: sobre o paraguaio nunca é falta. O Reyes sofreu um pontapé na canela, mas o jogador contrário não viu sequer o amarelo (seria o segundo), quando a falta era para vermelho directo. Curiosamente este mesmo jogador seria expulso já nos descontos. Mas, voltando ao lance do Reyes, a bola sobrou para o nº 25, o árbitro faz a indicação de dar a lei da vantagem, aquele centra para o Suazo que marca, mas o árbitro voltou atrás para assinalar a falta sobre o espanhol. No estádio pareceu-me uma decisão inacreditável (do género “dá-se a lei da vantagem, desde que não seja golo do Benfica”...), mas revendo as imagens do jogo, é verdade que o nº 25, numa inequívoca demonstração da sua inteligência, apesar de estar de frente para os defesas contrários, está efectivamente em fora-de-jogo quando o Reyes toca a bola depois de ser derrubado. Daí que o árbitro (que na transmissão televisiva se percebe que diz aos nossos jogadores que havia fora-de-jogo) tenha decidido marcar a primeira infracção, tendo de facto apitado ainda antes de a bola entrar na baliza. Inacreditável foi a não amostragem do cartão, que daria direito a expulsão, e possivelmente impediria o forcing final dos sadinos.